STRYKE - Virtual Metal Magazine

RADIO A FERRO E FOGO

quarta-feira, 1 de abril de 2009

THE WHO


Década de 1960
Primórdios


A primeira banda que pode ser considerada a base do Who foi um grupo de "trad jazz" montado por Pete Townshend e John Entwistle, chamado The Confedereates. Townshend tocava banjo e Entwistle trompa (instrumento que ele continuaria a usar no Who e em sua carreira solo). O guitarrista Roger Daltrey conheceu Entwistle na rua (enquanto este último carregava seu baixo pendurado no ombro) e o chamou para entrar para sua banda. Entwistle concordou e sugeriu Townshend como guitarrista rítmico.
No princípio essa banda era conhecida como The Detours. Assim como muitos de seus contemporâneos britânicos, o grupo era fortemente influenciado pelo blues americano e country music, inicialmente tocando mais rhythm and blues. A primeira formação consistia de Roger Daltrey na guitarra base, Pete Townshend na guitarra rítmica, John Entwistle no baixo, Doug Sandom na bateria e Colin Dawson nos vocais. Depois de Dawson deixar a banda, Daltrey assumiu sua vaga e Townshend se tornou o único guitarrista. Em 1964 Doug Sandom saiu do grupo, e Keith Moon se tornou seu baterista.
O Detours mudou de nome para "The Who" em 1964 e, com a chegada de Keith Moon, a formação estava completa. No entanto, por um breve período em 1964, sob a direção do afamado mod Peter Meaden, eles mudaram de nome novamente, agora para High Numbers, lançando o compacto "Zoot Suit / I'm The Face", designado para atrair o público mod. Com o fracasso do compacto, a banda demitiu Meaden e retornou ao nome The Who, passando a ser empresariada por Chris Stamp e Kit Lambert. Pouco depois conseguiram se tornar uma das bandas mais populares entre os mods britânicos.
Em setembro de 1964, na Railway Tavern em Harrow and Wealdstone, Inglaterra, Pete Townshend destruiu sua primeira guitarra. Tocando num palco alto demais, o estílo físico das performances do guitarrista resultaram no rompimento do corpo de seu instrumento, quando ele se chocou contra o teto. Furioso com as risadas da platéia, Townshend arrebentou a guitarra em pedaços, pegou uma Rickenbacker de doze cordas e continou o concerto. Por conta disso, o público no show seguinte aumentou consideravelmente, mas ele se recusou a destruir outro instrumento. Ao invés disso, Keith Moon foi quem arrebentou seu kit de bateria. A destruição de instrumentos se tornaria um destaque dos shows ao vivo do Who pelos próximos anos, e o incidente na Railway Tavern acabaria entrando para a lista de "50 Momentos que Mudaram a História do Rock 'n' Roll" da Rolling Stone.
O grupo logo se cristalizaria ao redor das composições de Townshend (embora Entwistle também contribuísse com suas canções). Townshend era o centro das tensões da banda, esforçando-se sempre para surgir com idéias inovadoras e reflexivas enquanto Daltrey preferia o material mais agressivo e enérgico e Moon a surf music norte-americana.

Os primeiros compactos e My Generation


The Who, 1966, por Vinícius Mattoso
O primeiro lançamento do Who, e seu primeiro sucesso, foi o compacto estilo-Kinks "I Can't Explain", lançado em 1965, seguido por "Anyway, Anyhow, Anywhere", a única composição conjunta de Townshend e Daltrey.
Sua estréia em LP foi no mesmo ano, com My Generation. O álbum trazia canções que se tornariam hinos do movimento mod, como "The Kids Are Alright" e a faixa-título "My Generation", com o famoso verso "I hope I die before I get old" ("Eu espero morrer antes de envelhecer"). Outros êxitos seguiram-se com os compactos "Substitute", "I'm A Boy" e "Happy Jack" (1966), "Pictures Of Lily" e "I Can See For Miles" (1967) e "Magic Bus" (1968).



Trabalho conceitual

Apesar do grande sucesso alcançado com seus compactos, o Who, ou mais especificamente Townshend, esgotara suas ambições com formato. Ao mesmo tempo o som da banda evoluía, e suas músicas se tornavam mais provocativas e envolventes enquanto Townshend passava tratar os álbuns do Who como projetos unificados, ao invés de meras coleções de canções desconexas. O primeiro sinal desta ambição surgiu em seu A Quick One (1966), que trazia uma coleção de canções que reunidas contavam uma história, "A Quick One, While He's Away", a partir de então taxada de "mini-ópera" e mais tarde considerada o primeiro épico progressivo.
A seguir veio The Who Sell Out (1967), um álbum conceitual que pretendia simular a transmissão de uma estação de rádio pirata, incluíndo aí jingles e propagandas. Em 1968, Pete Townshend foi o convidado da primeira entrevista da revista Rolling Stone. Nela, revelou que estava envolvido na composição de uma ópera rock em larga escala.


Tommy e Live At Leeds
Nessa época os ensinamentos de Meher Baba passaram a exercer influência importante nas composições de Townshend, e essa conjunção de idéias acabaria desaguando em Tommy (1969), sua primeira ópera rock completa e a primeira a alcançar sucesso comercial. O indiano é creditado como "Messias" na contra-capa do álbum Tommy. No mesmo ano tocaram no Woodstock'69
Em fevereiro de 1970 o Who gravou Live at Leeds, considerado por muitos o melhor álbum ao vivo de rock de todos os tempos. O álbum, relativamente curto em sua versão original e trazendo as canções mais pesadas do show, foi sendo relançado com o passar dos anos em diversas versões expandidas e remasterizadas, que pretendiam consertar problemas técnicos na gravação e acrescentar as demais partes da apresentação.
No mesmo ano o Who começou a trabalhar em um EP, ou "maxi single", com meia dúzia de canções gravadas no estúdio caseiro de Townshend. No Festival da Ilha de Wight em agosto, o grupo apresentou "I Don't Even Know Myself" e "Water", que seriam parte deste novo álbum. Alguns meses depois Townshend compôs "Pure and Easy", uma canção que ele mais tarde descreveria como o "pivô central" do que se tornaria um ambicioso projeto multimídia chamado Lifehouse, que afastou a banda do trabalho no EP, já então abandonado.


Década de 1970
Lifehouse e Who's Next

John Entwistle, 1966, por Vinícius Mattoso
O próprio Lifehouse nunca foi concluído no formato pelo qual foi projetado, embora seus temas acabassem surgindo de forma recorrente nos futuros trabalhos solo de Townshend. Em março de 1971 a banda começou a gravar as canções de Lifehouse sob a produção de Kit Lambert em Nova York. Lambert, então viciado em heroína, foi de pouco auxílio nas sessões, e a banda retornou à Inglaterra para regravar o material com o produtor Glyn Johns em abril. O resultado, Who's Next, acabaria por ser o trabalho mais aclamado do The Who entre os críticos e fãs.

Quadrophenia e The Who by Numbers

Após Who's Next a banda voltaria ao estúdio somente em maio de 1972. Essas sessões dariam origem a mais uma ópera-rock de Townshend, Quadrophenia (1973), a história de um adolescente mod chamado Jimmy e sua luta contra tormentos internos e a busca por um lugar na sociedade. Os álbuns seguintes do Who evocavam canções mais pessoais de Townshend, estilo que ele eventualmente transferiria para seus álbuns solo. The Who by Numbers, de 1975, traz diversas canções introspectivas e depressivas, vistas por um certo crítico de rock como um "bilhete de suicídio" de Townshend.

Who Are You e a morte de Moon

Em 1978 a banda lançou Who Are You, distanciando-se do estilo épico das óperas rock enquanto se aproximava do som mais comum às rádios. O lançamento do álbum foi ofuscado pela morte de Keith Moon devido à overdose acidental de um remédio prescrito em seu combate contra o alcoolismo. Kenney Jones, ex-Small Faces, assumiu seu lugar. No ano seguinte a tragédia voltou a rondar o grupo: no dia 3 de dezembro de 1979 um tumulto no lado de fora do Riverfront Coliseum em Cincinnati, Ohio, provocou a morte de onze fãs que aguardavam o início do show do Who. A banda soube do incidente somente após a apresentação, ficando devastada com o ocorrido.

Década de 1980


Declínio e separação
O grupo chegou a lançar dois álbuns com Kenney Jones na bateria, Face Dances (1981) e It's Hard (1982). A perda de Moon representou uma mudança no som da banda, que passou a ser mais calcado no pop. Embora tenha agradado à crítica e vendido razoavelmente bem, os dois álbuns lançados pelo The Who na década de 80 são atualmente descartados por muitos fãs como inferiores à antiga fase. Logo após o lançamento de It's Hard a banda embarcou em uma turnê de despedida, depois de Pete Townshend admitir seu alcoolismo, se recuperar e afirmar que gostaria de realizar mais uma turnê com a banda antes de transformá-la numa banda de estúdio. Foi a turnê mais lucrativa de 1982, com multidões lotando estádios e arenas ao redor da América do Norte.
Após seu último show em dezembro de 1982, Townshend passou parte de 1983 tentando compor material para o próximo álbum de estúdio do Who, para cumprir o contrato assinado com a Warner Bros. Records em 1980. No final do ano, no entanto, Townshend se disse incapaz de produzir composições que ele sentisse serem apropriadas para a banda, divulgando um comunicado em dezembro de 1983, onde anunciaou sua saída do Who e o fim da banda.


Reuniões


Em 13 de julho de 1985 os integrantes do Who, incluindo Kenney Jones, se reuniram para uma única apresentação no concerto Live Aid no Wembley Stadium. O grupo apresentou "My Generation", "Pinball Wizard", "Love Reing O'er Me" e uma obviamente mal-ensaiada "Won't Get Fooled Again".
Em 1988 o Who foi homenageado com um prêmio pelo conjunto de sua obra pela British Phonographic Industry. A banda apresentou um curto set durante a cerimônia, marcando a última colaboração de Kenney Jones. Em 1989 eles embarcaram numa turnê de reunião, enfatizada no aniversário de 25 anos da banda e nos 20 de Tommy.





Em 1990, o Who foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll. A seção destinada a eles no Salão da Fama os descreve como um dos principais candidatos ao título de "A Maior Banda de Rock do Mundo". Apenas os Beatles e os Rolling Stones receberam um tratamento similar no Salão da Fama.
Em 1991 o Who gravou uma versão da canção "Saturday Night's Alright For Fighting", de Elton John. Este seria o último lançamento de estúdio da banda com John Entwistle.




Turnê de Quadrophenia

Em 1996 Pete Townshend foi convidado a se apresentar num concerto de rock no Hyde Park em Londres. Ele pensou em tocar Quadrophenia em versão acústica, exibindo trechos do filme em um telão. Depois de contactar John Entwistle e Roger Daltrey, ficou acertado que a apresentação de Quadrophenia iria acontecer. A banda foi auxiliada por Zak Starkey na bateria, John "Rabbit" Bundrick nos teclados e Simon Townshend e Geoff Whitehorn nas guitarras. A formação aumentou para incluir uma seção de metais, vocalistas de apoio e Jon Carin como tecladista adicional, e também convidados especiais para interpretar os personagens do álbum. Apesar de algumas dificuldades técnicas, o show foi um sucesso, o que fez com que o grupo embarcasse em uma turnê de dois anos pela Europa e América do Norte.
Com o término da turnê o Who se separou novamente, voltando a se reunir em 1999 (com apenas cinco integrantes: Townshend, Daltrey, Entwistle, Starkey e Rabbit) para diversos shows beneficentes em casas de show pequenas.

Década de 2000


Shows de caridade e a morte de Entwistle
O sucesso das apresentações de 1999 desencadearam mais uma turnê pelos EUA e Reino Unido em 2000, que terminou com um show de caridade no Royal Albert Hall em prol da Teenage Cancer Trust, mais tarde lançada em CD e DVD. As críticas positivas da imprensa levaram os três integrantes a discutirem a possibilidade de um novo álbum.
A banda se apresentou no The Concert for New York City em outubro de 2001. Enquanto outros artistas preferiram escolher canções calcadas no sentimentalismo, o Who tocou uma sequência de suas canções de sucesso, sem invocar ou relembrar a tragédia recente. No mesmo ano, eles foram homenageados com um Grammy pelo conjunto de sua obra.[15]
Nas vésperas do início de mais uma turnê em 2002, John Entwistle foi encontrado morto em seu quarto no Hard Rock Hotel em Las Vegas, Nevada. O laudo do legista apontou que, embora não se tratasse tecnicamente de uma overdose, uma modesta quantidade de cocaína foi a causa do óbito, que obstruiu suas artérias já prejudicadas por um problema cardíaco não tratado.[16] Após uma breve pausa, a turnê teve início com o baixista Pino Palladino no lugar de Entwistle. A maioria dos shows foram lançados em CD pela eelpie como parte da Encore Series, projeto que visa inibir a pirataria de concertos da banda.


Endless Wire

Daltrey e Townshend, junho de 2005
Em 2004 o The Who lançou duas músicas inéditas na coletânea Then and Now: "Old Red Wine", uma homenagem póstuma a Entwistle, e "Real Good Looking Boy", que fala da influência de Elvis Presley nos garotos dos anos 50. O grupo então embarcou em mais uma turnê, tocando em festivais no Japão, Austrália e em datas individuais no Reino Unido e na América do Norte. No dia 13 de junho de 2005 Townshend e Daltrey se apresentaram pela primeira vez como uma dupla no evento de caridade Four Season Hope Charity. Quase um mês depois, em 7 de julho, a banda participa do evento Live 8. Enquanto isso é anunciado o lançamento de um álbum inédito Endless Wire, cuja gravação, após vários atrasos e interrupções, finalmente tem início em fevereiro de 2006, sendo concluída em abril.
Antes do álbum ser lançado, e posteriormente para ajudar a promovê-lo, o The Who embarcou em sua Turnê de 2006-2007. A princípio foram 24 datas pela Europa, seguidas por shows na América do Norte. Os shows foram novamente incluídos em CD e desta vez também em DVD, como parte da Encore Series. Endless Wire sai a 30 de outubro de 2006, sendo o primeiro álbum de inéditas do grupo desde It's Hard, de 1982. Estreou direto na sétima colocação das paradas da Billboard nos EUA e em nono lugar no Reino Unido.




FONTE - WIKIPÉDIA

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