STRYKE - Virtual Metal Magazine

RADIO A FERRO E FOGO

terça-feira, 31 de março de 2009

MIGUELITO - HUMOR, INTELIGÊNCIA E CULTURA PELO MUNDO DOS BLOGS

O ATITUDE FANZINE TEM ME GERADO OPORTUNIDADES ÚNICAS DE CONHECER GRANDES CARAS. HOJE APRESENTAMOS UMA PESSOA COM UM SENSO DE HUMOR EXTREMO, CONHECEDOR DO ROCK E DEFENSOR DA CULTURA LIVRE. COM CERTEZA SERÁ UMA ENTREVISTA QUE IRÁ AGRADAR A TODOS!
1. Miguelito é um dos nomes mais conhecidos no cenário blogueiro. Quem é Miguelito e como começou seu envolvimento com os blogs? Pô, nem eu sabia dessa fama (ou má-fama?) toda...E se soubesse já teria cobrado algumas Kuanzas por essa entrevista. Afinal, minha proba-idônea-retilínea-pessoa do bem tem que pensar no futuro, pois se eu depender desses blogs inadimplentes...Top, top, top..Uh! O personagem Miguelito foi inspirado numa história em quadrinhos de grande sucesso nos anos 80 que é a "Los Três Amigos" (Angeli, Glauco e Laerte) e por causa das gozações feitas sobre o ídolo mexicano Miguel Acéves Mejía. Tenho 44 anos de idade (mas a mental é de quase 12...) e conheci os blogs em 2006 por indicação de um grande amigo chamado João Rafael, a quem sou muito agradecido por isso. Meus primeiros blogs acessados foram: Hard Blog; A Taverna do Bárbaro e Demência 13 - além do Lágrima Psicodélica e do Espírito Público. A partir daí, não parei mais com essa "cachaça" virtual.
2. Percebemos por suas postagens que você tem grande influência da cultura dos anos 60. O que aquela época representou para a cultura mundial? Sim, essa imagem de grande influência da cultura dos anos 60 é puramente por causa das postagens, mas não corresponde a verdade. Eu pude através dos blogs conhecer um universo musical maior do que eu já conhecia e, como toda novidade, dei sequência às postagens desse período. Mais do que os anos 60, são dos anos 70 para cá as minhas verdadeiras influências porque a minha década pra valer é a dos anos 80 e leia-se NWOBHM !!! Os anos 60 são um divisor de tudo o que se entendia por cultura até aquele momento. É um período muito rico em todos os sentidos do significado da palavra Arte e de muita participação jovem em diversos setores da sociedade, também. Para se ter uma idéia, eu li que antes do surgimento dos Beatles não havia o termo "teen" na Inglaterra... A década de 60 inspira até hoje grupos musicais por tanta riqueza e, sobretudo, liberdade de criação, expressão. Hoje em dia, tudo já sai "formatado" e classificado para consumo e acredito que isso acabe por limitar a criação do artista em si. Tudo é rótulo, pô!

3. Quando você começou a se envolver com o Rock? No contexto que você começou quais eram as bandas que dominavam o cenário? Como você caracteriza a música naquela época? Diferentemente de muitos amigos blogueiros, eu me envolvi tarde com o Rock. Meu contato com música vinha do hábito de meus pais ouvirem rádio. Porém, o que eu ouvia não me agradava. Mas não tinha consciência do que era Rock e então, eu ficava ouvindo músicas internacionais. A partir de 1978, com 14 anos, é que tive contato com o Queen - entenda-se "News of the World" - que tornou-se a minha banda favorita até o ano de 1982, quando ouvi lp's de bandas de rock da década de 70, como Deep Purple, Black Sabbath, Led Zeppelin e vi que era aquele som que eu verdadeiramente me identificava. Acho que essa aproximação com o chamado "som pesado" foi maior por causa da fase em que o Queen se envolveu com a música eletrônica e quando eu comprei o "Hot Space", vi que precisava ouvir algo que compensasse a minha frustração com aquilo... Interessante é que eu estava sempre uma década atrasado, conhecendo grandes bandas que não eram novidade para muitos, mas para mim, sim. As bandas que dominavam o cenário eram as da NWOBHM (New Wave of British of Heavy Metal), como Iron Maiden, Saxon, Samson, Venom, Angelwitch, etc, além de Motörhead, Judas Priest, Kiss e Scorpions. Estavam já começando as da Bay Area que acabariam por criar o gênero do Thrash Metal, como Exodus, Slayer, Metallica, Testament e Megadeth. Muitos falam que a década de 80 só produziu lixo. Eu acho esse tipo de opinião um tanto quanto mofada e, por conseqüência, datada. Não se pode achar que tudo é ruim e que nada prestava. Até porque comparar uma década com outra é uma questão de gosto. Reconhecer a superioridade dos anos 60 e 70 é um fato, mas resumir única e exclusivamente a elas tudo o que se fez de música já é um pouco demais para mim. A música dos anos 80 é a retrato de uma geração desiludida com o fracasso do movimento de Paz e Amor dos Hippies e imprensada numa perspectiva dominada, ainda, pela Guerra Fria e voltada para o mercado de trabalho, suas vantagens materiais e a aquisição dos bens de consumo. Eram os Yuppies, enfim, outros tempos
4. Qual disco marca seus primeiros contatos com o Rock? Você preserva seus vinis? Eu guardo a sete chaves minha coleção e ainda prefiro o som do LP ao som do CD e mais ainda do que o do MP3. O que você pensa a respeito? "News of the World", do Queen. Só tenho dois vinis dos inúmeros que tinha: "Rainbow Rising", do Rainbow e "A Corpse Without a Soul", um ep do Mercyful Fate que saiu pela Raven Records, em 1982 e que não existe mais! Pelo menos sobraram duas raridades... Bom, eu não troco o som do cd pelo do LP de jeito nenhum! Quando eu ouvi o meus primeiros cd's - Black Sabbath, "Never Say Die" e Metallica, ep "Creeping Death/Jumping the Fire" - sem aqueles abomináveis ruídos...Fiquei tão impressionado que limei minha coleção de vinis. Fui precipitado, confesso e me arrependo de não ter ficado com alguns registros, principalmente, os que tinha em Picture - disc. Catzo!!! Mas acho que a relação consumidor com o cd é mais impessoal do que em relação ao LP. Até por causa do tamanho das capas onde você ficava analisando a ilustração, por exemplo. O "Rainbow Rising" se encaixa perfeitamente nesse modelo! E que capa! Sobre o mp3, para mim ele é válido quando usa-se uma bitrate decente, ou seja, de 256kbps pra cima. Não havendo um cuidado com isso fica ruim de ouví-lo, certamente.

5. A primeira metade dos anos 70 foi mágica para o Rock. É comum colocar BLACK SABBATH, DEEP PURPLE E LED ZEPPELIN como a santíssima trindade do Rock. Você concorda? Se pudesse formar uma banda com membros dessas três entidades, qual seria sua indicação? É evidente que as três bandas citadas estavam muito acima da média e que talvez não tenham dado oportunidade para outras grandes bandas terem um reconhecimento maior como elas mereciam. Falo de Mountain, Cactus, Dust, Toad, Sir Lord Baltimore, Bang, etc, e que tinham excelentes músicos. Mas isso é mais tocante ao chamado Rock Pauleira e que fique claro. Até por que existiam na época grandes grupos de Rock que não eram desse estilo. Imagina só uma parada musical com Stones, Purple, Led, Pink Floyd, Dylan, Sabbath e dentre outros...Sonho!!! Putz ! Esse tipo de pergunta é um problemão...! A banda seria a Black Purple Zeppelin, pelo jeito...rsrsrs. Lá vai: Ian Gillan, vocais, John Bonham, na bateria, Geezer Butler, no baixo e...e...e...(ganhando tempo pra pensar na escolha)......nas guitarras Jimmy Page e Tony Iommi (sorry, Blackmore!).
6. Quais são os cinco discos que você colocaria no altar do Rock? Quais suas razões? Pergunta irmã da anterior...kkkkkkkkkkkkkkkkkk Cinco? Ok, lá vão eles: "In Rock", do Deep Purple; "Led Zeppelin II"; "Killers", do Iron Maiden; "Moonflower", Santana e "Captured Live", do Johnny Winter. E ficaram faltando outras dezenas!!! Razões? Na ordem: Fiquei impressionado com os vocais do Ian Gillan e acho que esse trabalho do Purple é um tanto quanto subestimado. Eu o acho muito melhor do que o endeusado "Machine Head" do qual só gosto das versões ao vivo; Os riffs da guitarra do Page nesse trabalho me fizeram entender por que desbancaram os Beatles da parada de sucesso na época; Meu primeiro lp do Iron e que achei agressivo, energético e muito bom do início ao fim; Uma gratíssima e inesquecível surpresa ao ouvir algo que não era Heavy Metal e me mostrou, felizmente, vida além do Metal; Um ao vivo que só saiu da minha casa quando o troquei pelo duplo (tive que comprar outro pra não ficar desfalcado!) "Live Evil", do Sabbath. "Bonnie Morone" e "Sweet Papa John", são obras primas desse trabalho do Albino do Blues !!!


7. Pensando em termos de atitudes políticas, quais são as grandes transformações que o rock passou nessas décadas de existência? Como não poderia deixar de ser o Rock passou por diversas fases distintas, ou seja, ora com postura de contestação e questionamentos (movimentos da beatnik, contracultura, hippie), da acomodação e deslumbre (meados da década de 70, Glam Rock), de revolta, medo e insegurança (provocados pela possível deflagração de um conflito nuclear justificado pela Guerra Fria), desilusão, ausência de perspectivas e negação de valores (movimentos punk, heavy metal e dark) e seus desdobramentos (o movimento das bandas de Seattle) para as décadas de 90 e até hoje. Acho que o Rock possui letras suficientemente capazes de gerar conhecimento, debates, reflexões e polêmicas quando apresentadas em sala de aula, por exemplo. Cito a música "Cortez, the Killer" do genial Neil Young, que se for utilizada numa aula sobre a chegada e invasão européia à América proporciona um riquíssimo instrumento de reflexão para os alunos não ficarem com a idéia de que a civilização só chegou aqui com os europeus, mas sim foi um modelo interrompido...;)
8. Miguelito se envolve com questões políticas? O Rock ainda tem força para mobilizar multidões? Particularmente falando, sempre me envolvi em questões políticas. Não cheguei a me filiar em nenhum partido e não o faria agora. Mas seguramente alienado eu não consigo ser e sempre defendi os interesses das classes onde trabalhei (bancários e professores). Porém, fico mais anarquista a cada eleição "com voto obrigatório democrático" (hã?) que se tem por aqui de quatro em quatro anos. Acredito que sim, que o Rock ainda pode mobilizar multidões, mas em direção aos estádios...! Acho que no máximo, o Rock pode inspirar algum movimento e não mais do que isso. A mobilização política das multidões tem que ter tradição, ou seja, a participação política na sociedade deve ser constante e sempre incentivada, pois ela como um todo cresce e se conscientiza. Mas depender de uma guitarra ou de um compositor por exemplo é ilusão, romantismo para filmes, ou seja, isso é folclore...

9. Nos conte em quais blogs você tem participação e como você analisa o trabalho em cada um deles. Assim como professor e médico não podem ter um emprego só, eu participo de três blogs. Porém, as duas categorias citadas recebem proventos, mas me, myself and I mesmo só consegue receber (participação) algumas Kuanzas ou Dólares Zimbabuanos quando aciona judicialmente os blogs Seres da Noite, A Taverna do Bárbaro e Hard & Heavy, dos quais, evidentemente, participo. O blog do SDN é o mais aberto (desculpe, Ser !) aos diversos estilos do Rock, pois tem como proposta não se limitar a um estilo. E abre espaço (ih...) para o Blues, também. Num primeiro momento, ele pode até parecer o contrário, mas não é. E eu vou elaborar postagens voltadas para o Heavy Metal por lá. Já adianto que postarei Mercyful Fate e a King Diamond Band em homenagem ao Edson que é fã ardoroso delas... Já "A Taverna do Bárbaro" é para quem gosta de Heavy Metal e todas as suas divisões (Black, Death, Speed, Thrash, Clássico, Prog Metal, etc) e até mesmo algo de Punk Rock, Hardcore, Splatter e Grindcore, também. Já o Hard & Heavy é mais voltado para o Hard (dããã) dos anos 70, 80 e que não seja AOR e de Heavy, entenda-se o que vai da NWOBHM ao Clássico (tradicional). Mais do que isso o Dagon vai lá e apaga a porra do post, né, cumpadi? O Slayer mandou muitas "lembranças"....kkkkkkkk Eu recomendo muito à todos que gostem de boa música uma visita a esses blogs. Diversão e conhecimento no talo, sem dúvida! Sem falar na qualidade das postagens e nos outros blogs irmãos que são ótimos, também. Confiram!

10. Sempre há postagens com grande toque de humor envolvendo você, membros do Seres da Noite e se não me engano do Gravetos. Me passa a impressão que você é alguém com uma grande alma e cheio de histórias para contar. É possível contar alguma história hilária que você vivenciou? Vale a pena explicar para os que não sabem a história da origem dessas encarnações frequentes, mas, antes, não seria possível mudar parte do enunciado que contêm "grande toque" (...) e "membros do Seres da Noite" , não? EU SOU ESPADA, PORRA ! >:/ E por incrível que pareça, o blog é sério, muito sério, pô ! Já "grande alma", enobrece a minha proba-idônea-retilínea-pessoa do bem e aumenta mais a minha semelhança com o Hurley, do seriado Lost...kkkkkkk Bom, eu conheci o Collective Collection primeiro do que o SDN. Achei alguns registros do Rock in Rio 3 e o Ser foi muito atencioso quando pedi para consertar uns links que estavam expirados. Através do Lágrima Psicodélica, eu achei uns links de trilha sonora de desenhos animados dos anos 70 e que eu, obviamente, assistia. O uploader era o Edson D'Aquino, do Gravetos e Berlotas. Também foi muito atencioso para renovar alguns links expirados, mas espero até hoje - "só" três anos - a música dos Herculóides...XD Nós fomos descobrindo coisas em comum durante os comentários feitos como: torcer pelo Botafogo (rá!), morar no RJ e ouvir muito Rock...Daí para marcar um encontro (isso soou meio gay...) foi um pulo (não recomendável por causa do meu peso...) e o resultado pode ser conferido hoje lá no SDN e no antológico post do Gary Moore, lá no Gravetos e Berlotas, com mais de 200 comentários. O Edson jamais conseguiria isso sem mim ! \o/ Bom, se depois dessa introdução eu não tiver uma coisa hilária pra contar, serei despedido dos blogs! O..O Simbora mi pueblo ! Rio Comprido, um bairro onde morei de 1977 a 1985. Cursava a antiga 7ª série e muito diferentemente do Ser, que andava de Mobilete com rodinhas para não cair e do Edson, que praticava surf com prancha de isopor na piscina do clube, eu jogava futebol de salão compulsivamente ! Era zagueiro e um chute de direita bem potente. E eu chutava qualquer coisa que via pela frente fosse o que fosse! De criança birrenta à bunda de aposentados, não passava nada! Até o dia em que voltando para casa e, entenda por "casa" uma que só se chegava depois de subir "apenas" 284 degraus(O..O), na Barão de Petrópolis, eu me vi diante de um embrulho de jornal largado "na chón"... Quando vi o tal embrulho, cheguei a ouvir uma voz dizendo "me chuta, vai!" e pensando ser eu um iluminado, um predestinado, "o" cara, enfim, o "The Choosen One", mandei ver um potente petardo de bico na joça do embrulho... Aí é que teve início a estapafúrdica tragédia de proporções greco-romana...Havia no embrulho uma considerável quantidade de...BOSTA ! E no "estado" mole, pastoso, chambele, musse se é que vocês entenderam...! Folks, a M-E-R-D-A espirrou no meu corpo e vinha do pé direito, subia pela canela, joelho, cintura, calça e chegou, pasmem, até o bolso do uniforme do Sagres!!! E sem falar na "chuva fecal" que provoquei e que, por sorte, não atingiu mais ninguém. Do contrário, eu não estaria vivo pra contar isso. CARALHO! EU FEDIA MAIS DO QUE LÁZARO RESSUSCITADO DA TUMBA; DO QUE MÚMIA INSEPULTA DO ANTIGO EGITO; RESTOS MORTAIS DOS SOLDADOS E ELEFANTES CARTAGINESES CRUZANDO OS ALPES E MAIS DO QUE DINOSSAURO COM DIARRÉIA POR EXCESSO DE FIBRAS!!! Não havia pessoas que não se afastassem de mim e se bobeasse, eu resolveria até trânsito engarrafado naquele dia...Depois de um "arranco de vômito" que ecoou por todo o elevado Paulo de Frontin e que mais parecia um sinal do fim dos tempos, foi heróica a minha volta pra casa e ainda ter que subir...284 degraus! Não levei porrada quando cheguei em casa por causa do meu estado. O que só aconteceria depois de um banho de álcool, creolina, desinfetante e qualquer coisa que me livrasse do "cheiro de cu sujo de australopiteco" que eu exalava. Desnecessário dizer que perdi a vontade de chutar o que via pela frente depois do ocorrido...
11. Das bandas atuais, alguma lhe faz gritar - ISSO É ROCK´N´ROLL? Felizmente, a australiana Wolfmother ! Yeah !
12. Como você analisa a trajetória do Rock Nacional? Nos anos 70 era comum ouvir que roqueiro brasileiro tinha cara de bandido! e Hoje, ainda há preconceito? O Rock Nacional indiscutivelmente é um fato. Mas até ele poder chegar ao nível de hoje o caminho foi muuuiiittooo longo. Lembra até aquela música do AC/DC a "It's A Long Way To The Top (If You Wanna Rock 'n' Roll). Teve que passar pelo período da Ditadura e isso, convenhamos, não é das melhores coisas a se enfrentar na vida artística. Com aspecto de cabeludos, então...Issoo sem falar na total ausência de infra-estrutura para shows, eventos...Tempos verdadeiramente heróicos e quando vejo hoje em dia a facilidade dessa geração em consumir Rock sem dificuldade...O..O Sempre existirá preconceito em relação ao roqueiro e ele deve se acostumar a isso. Mas deve tomar cuidado para não ser contagiado por isso, também. Acontece que diferentemente das décadas de 70 e 80, quem curte Rock atualmente é quase considerado "normal". No máximo, "está passando por uma "fase de auto-afirmação" que logo passa"...A minha dura até hoy!!! Eu só comecei a usar cabelo comprido aos 36 anos. É engraçado que quando ia todo sábado para a Tijuca (frequentava direto as lojas Subsom, Heavy e Fonit) quando entrava no metrô parecia um alienígena: Calça cheia de nomes de bandas, camisa de Heavy Metal e colete com estampa costurada às costas...Só faltava o cabelo comprido que, por força do trabalho bacário, eu não tinha. Pior era ser olhado como se fosse um leproso...Mas eu não estava nem aí porque nenhum deles pagava as minhas compras. Danem-se ! >:/ Certa vez, um idiota de um segurança do banco em que trabalhava veio com uma conversa fiada de que todo cabeludo roqueiro era viado. Ele dissera isso ao ver a capa de um lp que eu acabara de comprar. Era o Yngwie Malmsteen ("Odyssey").Como eu sabia que ele era evangélico perguntei se poderia chamar Jesus de viado, também. Aí ele não gostou e eu pedi que ele refletisse melhor sobre o que dizia constantemente. Pimenta no Jardim de Gethesemane dos outros é refresco!

13. Eu deixei um link de um vídeo junto a entrevista do JOSÉ RENATO no atitude fanzine. Gostaria que você desse sua opinião sobre ele. Sensacional esse vídeo ! Pô, um pai Oldbanger e um filho baterista de jazz? Essa família é feliz, muito feliz ! Só falta a vó por a dentadura, por que ficou parecendo a mais velha de todos! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Eu pretendo envelhecer assim, desse jeito. Acho mais honrado e menos decrépito... Nos anos 80, eu comprava uma revista importada chamada "R.I.P." e havia uma reportagem nela sobre o choque de gerações entre roqueiros. O assunto girava em torno de uma apresentação do Dio, em 1987, e fora presenciada pelo repórter que trabalhava para a revista e fazia a cobertura do evento. Nesse show, nos EUA, um jovem cutucou um outro expectador que tinha mais de 60 anos. Ele quis saber o que ele fazia alí, num show de Heavy Metal. A resposta dada pelo senhor sexagenário era de que ele estava ali por conhecer há décadas o trabalho do Ronnie James Dio e não estava tomando conta de um suposto filho no espetáculo. Também disse que o fato de estar presente ali numa idade considerada distoante pela maioria da plateia, era que permanecia fiel ao Rock, que para ele não era um modismo simplesmente, e que não era preconceituoso em relação aos mais jovens. O repórter terminou a matéria dizendo que os dois trocaram um abraço ao final do show e foram fuder no banheiro...Sacanagem! Eles cantaram juntos diversas músicas do Dio e se cumprimentaram ao final do show.

14. Existe uma grande polêmica sobre se a cultura livre é ou não pirataria. Qual sua opinião a respeito? Para mim falta um debate maior sobre essa questão. O que na verdade não se discute é o acesso à cultura. Os preços dos livros, cd's, dvd's, shows, peças de teatro são ABSURDAMENTE CAROS. Eu acho engraçado esses artistas que sobem em tratores e passam por cima de produtos piratas e que não tem da gravadora a numeração disponível do que vendem...Alienados é pouco! São uns BURROS, mesmo. Veja a atitude do Lobão...O cara só poderia ser roqueiro ! Ele exigiu a numeração em seus trabalhos para um maior controle e isso foi negado. Vendas, então, só em bancas de jornais...É por aí ! ATITUDE! Mas é mais prático dizer que há inúmeras pessoas envolvidas na concepção do produto, de que pirataria é crime, mas o cartel de preços - porra, toda promoção é 49,90, porquê?), não??? Um custo de um cd não chega aos 9 reais e por que ele tem que custar 45,00??? Para mim cultura livre não é pirataria. Eu não endosso pirataria, mas exijo um maior acesso mesmo que isso contrarie interesse escusos. Isso é CIDADANIA!

15. Gostaria que você indicasse um link de um disco para ser postado junto a essa entrevista e fizesse uma breve resenha sobre ele. Eu escolhi um post de quando não era colaborador oficial do SDN e o fiz em conjunto com o Morcegão. Aí está o endereço e trata-se de uma raridade para os amantes do Hard setentista para não ficarmos só no trinômio Zep-Purple-Sabbath...Trata-se do DUST e a resenha está contida no post, evidentemente! http://seres-da-noite.blogspot.com/2007/05/dust-2-cds.html



16. Quais conselhos você daria para quem está começando a curtir rock agora e para quem está começando a montar seu blog? Que ouça os mais variados estilos de todas as épocas até achar o que lhe melhor convêm, sem preconceito algum. Rock é um aprendizado e acho uma verdadeira estupidez limitar-se a um grupo, a uma banda, a um estilo só. A mente precisa abrir-se para melhor ficar esclarecida e não esclerosada... Para quem quer montar um blog que não o encare como diversão somente, mas, sim, um disseminador de cultura musical. Na medida do possível, ponha textos com os devidos créditos ou aborde assuntos polêmicos para incentivar o debate, também. E use a moderação dos comentários para exorcizar os trolls babacas... ;)

17. Qual foi o show que você esteve presente que mais lhe marcou? E qual seria o show que você entraria numa máquina do tempo para poder assistir? Verdadeira "casca grossa" essa primeira parte da pergunta...Ficarei com o Rock In Rio Festival, de 1985, porque engloba diversas bandas (Whitesnake, Iron Maiden, Ozzy, Scorpions e AC/DC). Entratria num máquina do tempo para ver o The Jimi Hendrix Experience, com certeza ! \o/

18. Você teve a oportunidade de visitar os blogs da Equipe Atitude? Qual sua opinião? Sinceramente, eu não conhecia os blogs da Equipe Atitude. E agradeço muito ao Dagon pela indicação. Mas já passei os olhos neles e já os coloquei em "meus favoritos", pois o trabalho desempenhado é muito bom e útil para não deixar que a alienação seja sinônimo de Rock... Parabéns pelo trabalho desenvolvido e ATITUDE na veia !!! 19. Dia 21 de Abril iremos fazer um show chamado HEAVY METAL ASILO, na verdade uma ironia pois acreditamos que os que curtem rock permanecem jovens no corpo e na alma. O que pensa sobre essas idéias? Acho excelente essa idéia e espero que muitos outros venham depois desse ! O Rock é atemporal e o corpo envelhece, sem dúvida, mas a alma é sempre moleque. O importante é ouvir boa música e esse tipo de evento ajuda a manter a chama do Rock sempre acesa. Ainda mais aqui no RJ que carece de eventos como esse e de programas de rádio decentes...Sucesso!!!


20. Uma pergunta final feita a todos os entrevistados DEUS SALVA E O ROCK ALIVIA?rsrrssr. Fique livre para deixar suas impressões, manifestar idéias, enfim escreva sobre o que der vontade rsrrsr. Um forte abraço de toda equipe atitude. O Rock alivia e muito. Ele ajuda a superar frustrações e renovar energias para seguir em frente e encarar a vida. "Tente Outra Vez", do genial Raul Seixas é um hino de renovação de forças maior do que estes "bosta sellers" de auto-ajuda... Mas...Deus? Como? Hein? Quem é? Não conheço e nem quero ser apresentado a ele !!! Prefiro o "Estrela da Manhã"... \m/..\m/ Primeiramente, gostaria de agradecer a equipe Atitude por essa oportunidade e aos amigos Dagon, Ser e Barbarian Fighter pelos convites para participar dos blogs e ao Edson por ser o maior sacaneado de todos (Ô Bibaaaaaaaaaa!) XD Um grande abraço aos diversos amigos e blogs irmãos que estão conosco nessa caminhada. ROCK SAVE OURS SOULS AND HEAVY METAL IS THE LAW! Finalizando, Roqueiro não deve ser sinônimo de alienado! Leia, estude, tenha avidez por cultura, informação, arte e lembre-se que um inculto é o tempero da massa de manobra do "establishment"...
Na verdade, tenha ATITUDE.
PELO FIM DO VOTO E DO SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIOS !
MAIOR ACESSO À CULTURA LIVRE, DJÁ !
MIEMCIMADESISEMDO, TAMBIÉN...
Ainda creio que receberei minhas Kuanzas depois dessa entrevista... Abração, Miguel (Miguelito, el Gran Chihuahua).
O HEAVY METAL ASILO ESTARÁ COBRANDO EM KUANZAS PARA PODERMOS HONRAR ESSE COMPROMISSO. NA FALTA DESSA VALIOSA UNIDADE MONETÁRIA GOSTARIAMOS DE SABER SE PODEMOS PAGAR COM DISCOS SERTANEJOS ROUBADOS DE NOSSAS AVÓS???
UM ABRAÇO IRMÃO, ESSA ENTREVISTA FOI DEMAIS!!!

MIGUELITO - HUMOR, INTELIGÊNCIA E CULTURA PELO MUNDO DOS BLOGS

O ATITUDE FANZINE TEM ME GERADO OPORTUNIDADES ÚNICAS DE CONHECER GRANDES CARAS. HOJE APRESENTAMOS UMA PESSOA COM UM SENSO DE HUMOR EXTREMO, CONHECEDOR DO ROCK E DEFENSOR DA CULTURA LIVRE. COM CERTEZA SERÁ UMA ENTREVISTA QUE IRÁ AGRADAR A TODOS!
1. Miguelito é um dos nomes mais conhecidos no cenário blogueiro. Quem é Miguelito e como começou seu envolvimento com os blogs? Pô, nem eu sabia dessa fama (ou má-fama?) toda...E se soubesse já teria cobrado algumas Kuanzas por essa entrevista. Afinal, minha proba-idônea-retilínea-pessoa do bem tem que pensar no futuro, pois se eu depender desses blogs inadimplentes...Top, top, top..Uh! O personagem Miguelito foi inspirado numa história em quadrinhos de grande sucesso nos anos 80 que é a "Los Três Amigos" (Angeli, Glauco e Laerte) e por causa das gozações feitas sobre o ídolo mexicano Miguel Acéves Mejía. Tenho 44 anos de idade (mas a mental é de quase 12...) e conheci os blogs em 2006 por indicação de um grande amigo chamado João Rafael, a quem sou muito agradecido por isso. Meus primeiros blogs acessados foram: Hard Blog; A Taverna do Bárbaro e Demência 13 - além do Lágrima Psicodélica e do Espírito Público. A partir daí, não parei mais com essa "cachaça" virtual.
2. Percebemos por suas postagens que você tem grande influência da cultura dos anos 60. O que aquela época representou para a cultura mundial? Sim, essa imagem de grande influência da cultura dos anos 60 é puramente por causa das postagens, mas não corresponde a verdade. Eu pude através dos blogs conhecer um universo musical maior do que eu já conhecia e, como toda novidade, dei sequência às postagens desse período. Mais do que os anos 60, são dos anos 70 para cá as minhas verdadeiras influências porque a minha década pra valer é a dos anos 80 e leia-se NWOBHM !!! Os anos 60 são um divisor de tudo o que se entendia por cultura até aquele momento. É um período muito rico em todos os sentidos do significado da palavra Arte e de muita participação jovem em diversos setores da sociedade, também. Para se ter uma idéia, eu li que antes do surgimento dos Beatles não havia o termo "teen" na Inglaterra... A década de 60 inspira até hoje grupos musicais por tanta riqueza e, sobretudo, liberdade de criação, expressão. Hoje em dia, tudo já sai "formatado" e classificado para consumo e acredito que isso acabe por limitar a criação do artista em si. Tudo é rótulo, pô!

3. Quando você começou a se envolver com o Rock? No contexto que você começou quais eram as bandas que dominavam o cenário? Como você caracteriza a música naquela época? Diferentemente de muitos amigos blogueiros, eu me envolvi tarde com o Rock. Meu contato com música vinha do hábito de meus pais ouvirem rádio. Porém, o que eu ouvia não me agradava. Mas não tinha consciência do que era Rock e então, eu ficava ouvindo músicas internacionais. A partir de 1978, com 14 anos, é que tive contato com o Queen - entenda-se "News of the World" - que tornou-se a minha banda favorita até o ano de 1982, quando ouvi lp's de bandas de rock da década de 70, como Deep Purple, Black Sabbath, Led Zeppelin e vi que era aquele som que eu verdadeiramente me identificava. Acho que essa aproximação com o chamado "som pesado" foi maior por causa da fase em que o Queen se envolveu com a música eletrônica e quando eu comprei o "Hot Space", vi que precisava ouvir algo que compensasse a minha frustração com aquilo... Interessante é que eu estava sempre uma década atrasado, conhecendo grandes bandas que não eram novidade para muitos, mas para mim, sim. As bandas que dominavam o cenário eram as da NWOBHM (New Wave of British of Heavy Metal), como Iron Maiden, Saxon, Samson, Venom, Angelwitch, etc, além de Motörhead, Judas Priest, Kiss e Scorpions. Estavam já começando as da Bay Area que acabariam por criar o gênero do Thrash Metal, como Exodus, Slayer, Metallica, Testament e Megadeth. Muitos falam que a década de 80 só produziu lixo. Eu acho esse tipo de opinião um tanto quanto mofada e, por conseqüência, datada. Não se pode achar que tudo é ruim e que nada prestava. Até porque comparar uma década com outra é uma questão de gosto. Reconhecer a superioridade dos anos 60 e 70 é um fato, mas resumir única e exclusivamente a elas tudo o que se fez de música já é um pouco demais para mim. A música dos anos 80 é a retrato de uma geração desiludida com o fracasso do movimento de Paz e Amor dos Hippies e imprensada numa perspectiva dominada, ainda, pela Guerra Fria e voltada para o mercado de trabalho, suas vantagens materiais e a aquisição dos bens de consumo. Eram os Yuppies, enfim, outros tempos
4. Qual disco marca seus primeiros contatos com o Rock? Você preserva seus vinis? Eu guardo a sete chaves minha coleção e ainda prefiro o som do LP ao som do CD e mais ainda do que o do MP3. O que você pensa a respeito? "News of the World", do Queen. Só tenho dois vinis dos inúmeros que tinha: "Rainbow Rising", do Rainbow e "A Corpse Without a Soul", um ep do Mercyful Fate que saiu pela Raven Records, em 1982 e que não existe mais! Pelo menos sobraram duas raridades... Bom, eu não troco o som do cd pelo do LP de jeito nenhum! Quando eu ouvi o meus primeiros cd's - Black Sabbath, "Never Say Die" e Metallica, ep "Creeping Death/Jumping the Fire" - sem aqueles abomináveis ruídos...Fiquei tão impressionado que limei minha coleção de vinis. Fui precipitado, confesso e me arrependo de não ter ficado com alguns registros, principalmente, os que tinha em Picture - disc. Catzo!!! Mas acho que a relação consumidor com o cd é mais impessoal do que em relação ao LP. Até por causa do tamanho das capas onde você ficava analisando a ilustração, por exemplo. O "Rainbow Rising" se encaixa perfeitamente nesse modelo! E que capa! Sobre o mp3, para mim ele é válido quando usa-se uma bitrate decente, ou seja, de 256kbps pra cima. Não havendo um cuidado com isso fica ruim de ouví-lo, certamente.

5. A primeira metade dos anos 70 foi mágica para o Rock. É comum colocar BLACK SABBATH, DEEP PURPLE E LED ZEPPELIN como a santíssima trindade do Rock. Você concorda? Se pudesse formar uma banda com membros dessas três entidades, qual seria sua indicação? É evidente que as três bandas citadas estavam muito acima da média e que talvez não tenham dado oportunidade para outras grandes bandas terem um reconhecimento maior como elas mereciam. Falo de Mountain, Cactus, Dust, Toad, Sir Lord Baltimore, Bang, etc, e que tinham excelentes músicos. Mas isso é mais tocante ao chamado Rock Pauleira e que fique claro. Até por que existiam na época grandes grupos de Rock que não eram desse estilo. Imagina só uma parada musical com Stones, Purple, Led, Pink Floyd, Dylan, Sabbath e dentre outros...Sonho!!! Putz ! Esse tipo de pergunta é um problemão...! A banda seria a Black Purple Zeppelin, pelo jeito...rsrsrs. Lá vai: Ian Gillan, vocais, John Bonham, na bateria, Geezer Butler, no baixo e...e...e...(ganhando tempo pra pensar na escolha)......nas guitarras Jimmy Page e Tony Iommi (sorry, Blackmore!).
6. Quais são os cinco discos que você colocaria no altar do Rock? Quais suas razões? Pergunta irmã da anterior...kkkkkkkkkkkkkkkkkk Cinco? Ok, lá vão eles: "In Rock", do Deep Purple; "Led Zeppelin II"; "Killers", do Iron Maiden; "Moonflower", Santana e "Captured Live", do Johnny Winter. E ficaram faltando outras dezenas!!! Razões? Na ordem: Fiquei impressionado com os vocais do Ian Gillan e acho que esse trabalho do Purple é um tanto quanto subestimado. Eu o acho muito melhor do que o endeusado "Machine Head" do qual só gosto das versões ao vivo; Os riffs da guitarra do Page nesse trabalho me fizeram entender por que desbancaram os Beatles da parada de sucesso na época; Meu primeiro lp do Iron e que achei agressivo, energético e muito bom do início ao fim; Uma gratíssima e inesquecível surpresa ao ouvir algo que não era Heavy Metal e me mostrou, felizmente, vida além do Metal; Um ao vivo que só saiu da minha casa quando o troquei pelo duplo (tive que comprar outro pra não ficar desfalcado!) "Live Evil", do Sabbath. "Bonnie Morone" e "Sweet Papa John", são obras primas desse trabalho do Albino do Blues !!!


7. Pensando em termos de atitudes políticas, quais são as grandes transformações que o rock passou nessas décadas de existência? Como não poderia deixar de ser o Rock passou por diversas fases distintas, ou seja, ora com postura de contestação e questionamentos (movimentos da beatnik, contracultura, hippie), da acomodação e deslumbre (meados da década de 70, Glam Rock), de revolta, medo e insegurança (provocados pela possível deflagração de um conflito nuclear justificado pela Guerra Fria), desilusão, ausência de perspectivas e negação de valores (movimentos punk, heavy metal e dark) e seus desdobramentos (o movimento das bandas de Seattle) para as décadas de 90 e até hoje. Acho que o Rock possui letras suficientemente capazes de gerar conhecimento, debates, reflexões e polêmicas quando apresentadas em sala de aula, por exemplo. Cito a música "Cortez, the Killer" do genial Neil Young, que se for utilizada numa aula sobre a chegada e invasão européia à América proporciona um riquíssimo instrumento de reflexão para os alunos não ficarem com a idéia de que a civilização só chegou aqui com os europeus, mas sim foi um modelo interrompido...;)
8. Miguelito se envolve com questões políticas? O Rock ainda tem força para mobilizar multidões? Particularmente falando, sempre me envolvi em questões políticas. Não cheguei a me filiar em nenhum partido e não o faria agora. Mas seguramente alienado eu não consigo ser e sempre defendi os interesses das classes onde trabalhei (bancários e professores). Porém, fico mais anarquista a cada eleição "com voto obrigatório democrático" (hã?) que se tem por aqui de quatro em quatro anos. Acredito que sim, que o Rock ainda pode mobilizar multidões, mas em direção aos estádios...! Acho que no máximo, o Rock pode inspirar algum movimento e não mais do que isso. A mobilização política das multidões tem que ter tradição, ou seja, a participação política na sociedade deve ser constante e sempre incentivada, pois ela como um todo cresce e se conscientiza. Mas depender de uma guitarra ou de um compositor por exemplo é ilusão, romantismo para filmes, ou seja, isso é folclore...

9. Nos conte em quais blogs você tem participação e como você analisa o trabalho em cada um deles. Assim como professor e médico não podem ter um emprego só, eu participo de três blogs. Porém, as duas categorias citadas recebem proventos, mas me, myself and I mesmo só consegue receber (participação) algumas Kuanzas ou Dólares Zimbabuanos quando aciona judicialmente os blogs Seres da Noite, A Taverna do Bárbaro e Hard & Heavy, dos quais, evidentemente, participo. O blog do SDN é o mais aberto (desculpe, Ser !) aos diversos estilos do Rock, pois tem como proposta não se limitar a um estilo. E abre espaço (ih...) para o Blues, também. Num primeiro momento, ele pode até parecer o contrário, mas não é. E eu vou elaborar postagens voltadas para o Heavy Metal por lá. Já adianto que postarei Mercyful Fate e a King Diamond Band em homenagem ao Edson que é fã ardoroso delas... Já "A Taverna do Bárbaro" é para quem gosta de Heavy Metal e todas as suas divisões (Black, Death, Speed, Thrash, Clássico, Prog Metal, etc) e até mesmo algo de Punk Rock, Hardcore, Splatter e Grindcore, também. Já o Hard & Heavy é mais voltado para o Hard (dããã) dos anos 70, 80 e que não seja AOR e de Heavy, entenda-se o que vai da NWOBHM ao Clássico (tradicional). Mais do que isso o Dagon vai lá e apaga a porra do post, né, cumpadi? O Slayer mandou muitas "lembranças"....kkkkkkkk Eu recomendo muito à todos que gostem de boa música uma visita a esses blogs. Diversão e conhecimento no talo, sem dúvida! Sem falar na qualidade das postagens e nos outros blogs irmãos que são ótimos, também. Confiram!

10. Sempre há postagens com grande toque de humor envolvendo você, membros do Seres da Noite e se não me engano do Gravetos. Me passa a impressão que você é alguém com uma grande alma e cheio de histórias para contar. É possível contar alguma história hilária que você vivenciou? Vale a pena explicar para os que não sabem a história da origem dessas encarnações frequentes, mas, antes, não seria possível mudar parte do enunciado que contêm "grande toque" (...) e "membros do Seres da Noite" , não? EU SOU ESPADA, PORRA ! >:/ E por incrível que pareça, o blog é sério, muito sério, pô ! Já "grande alma", enobrece a minha proba-idônea-retilínea-pessoa do bem e aumenta mais a minha semelhança com o Hurley, do seriado Lost...kkkkkkk Bom, eu conheci o Collective Collection primeiro do que o SDN. Achei alguns registros do Rock in Rio 3 e o Ser foi muito atencioso quando pedi para consertar uns links que estavam expirados. Através do Lágrima Psicodélica, eu achei uns links de trilha sonora de desenhos animados dos anos 70 e que eu, obviamente, assistia. O uploader era o Edson D'Aquino, do Gravetos e Berlotas. Também foi muito atencioso para renovar alguns links expirados, mas espero até hoje - "só" três anos - a música dos Herculóides...XD Nós fomos descobrindo coisas em comum durante os comentários feitos como: torcer pelo Botafogo (rá!), morar no RJ e ouvir muito Rock...Daí para marcar um encontro (isso soou meio gay...) foi um pulo (não recomendável por causa do meu peso...) e o resultado pode ser conferido hoje lá no SDN e no antológico post do Gary Moore, lá no Gravetos e Berlotas, com mais de 200 comentários. O Edson jamais conseguiria isso sem mim ! \o/ Bom, se depois dessa introdução eu não tiver uma coisa hilária pra contar, serei despedido dos blogs! O..O Simbora mi pueblo ! Rio Comprido, um bairro onde morei de 1977 a 1985. Cursava a antiga 7ª série e muito diferentemente do Ser, que andava de Mobilete com rodinhas para não cair e do Edson, que praticava surf com prancha de isopor na piscina do clube, eu jogava futebol de salão compulsivamente ! Era zagueiro e um chute de direita bem potente. E eu chutava qualquer coisa que via pela frente fosse o que fosse! De criança birrenta à bunda de aposentados, não passava nada! Até o dia em que voltando para casa e, entenda por "casa" uma que só se chegava depois de subir "apenas" 284 degraus(O..O), na Barão de Petrópolis, eu me vi diante de um embrulho de jornal largado "na chón"... Quando vi o tal embrulho, cheguei a ouvir uma voz dizendo "me chuta, vai!" e pensando ser eu um iluminado, um predestinado, "o" cara, enfim, o "The Choosen One", mandei ver um potente petardo de bico na joça do embrulho... Aí é que teve início a estapafúrdica tragédia de proporções greco-romana...Havia no embrulho uma considerável quantidade de...BOSTA ! E no "estado" mole, pastoso, chambele, musse se é que vocês entenderam...! Folks, a M-E-R-D-A espirrou no meu corpo e vinha do pé direito, subia pela canela, joelho, cintura, calça e chegou, pasmem, até o bolso do uniforme do Sagres!!! E sem falar na "chuva fecal" que provoquei e que, por sorte, não atingiu mais ninguém. Do contrário, eu não estaria vivo pra contar isso. CARALHO! EU FEDIA MAIS DO QUE LÁZARO RESSUSCITADO DA TUMBA; DO QUE MÚMIA INSEPULTA DO ANTIGO EGITO; RESTOS MORTAIS DOS SOLDADOS E ELEFANTES CARTAGINESES CRUZANDO OS ALPES E MAIS DO QUE DINOSSAURO COM DIARRÉIA POR EXCESSO DE FIBRAS!!! Não havia pessoas que não se afastassem de mim e se bobeasse, eu resolveria até trânsito engarrafado naquele dia...Depois de um "arranco de vômito" que ecoou por todo o elevado Paulo de Frontin e que mais parecia um sinal do fim dos tempos, foi heróica a minha volta pra casa e ainda ter que subir...284 degraus! Não levei porrada quando cheguei em casa por causa do meu estado. O que só aconteceria depois de um banho de álcool, creolina, desinfetante e qualquer coisa que me livrasse do "cheiro de cu sujo de australopiteco" que eu exalava. Desnecessário dizer que perdi a vontade de chutar o que via pela frente depois do ocorrido...
11. Das bandas atuais, alguma lhe faz gritar - ISSO É ROCK´N´ROLL? Felizmente, a australiana Wolfmother ! Yeah !
12. Como você analisa a trajetória do Rock Nacional? Nos anos 70 era comum ouvir que roqueiro brasileiro tinha cara de bandido! e Hoje, ainda há preconceito? O Rock Nacional indiscutivelmente é um fato. Mas até ele poder chegar ao nível de hoje o caminho foi muuuiiittooo longo. Lembra até aquela música do AC/DC a "It's A Long Way To The Top (If You Wanna Rock 'n' Roll). Teve que passar pelo período da Ditadura e isso, convenhamos, não é das melhores coisas a se enfrentar na vida artística. Com aspecto de cabeludos, então...Issoo sem falar na total ausência de infra-estrutura para shows, eventos...Tempos verdadeiramente heróicos e quando vejo hoje em dia a facilidade dessa geração em consumir Rock sem dificuldade...O..O Sempre existirá preconceito em relação ao roqueiro e ele deve se acostumar a isso. Mas deve tomar cuidado para não ser contagiado por isso, também. Acontece que diferentemente das décadas de 70 e 80, quem curte Rock atualmente é quase considerado "normal". No máximo, "está passando por uma "fase de auto-afirmação" que logo passa"...A minha dura até hoy!!! Eu só comecei a usar cabelo comprido aos 36 anos. É engraçado que quando ia todo sábado para a Tijuca (frequentava direto as lojas Subsom, Heavy e Fonit) quando entrava no metrô parecia um alienígena: Calça cheia de nomes de bandas, camisa de Heavy Metal e colete com estampa costurada às costas...Só faltava o cabelo comprido que, por força do trabalho bacário, eu não tinha. Pior era ser olhado como se fosse um leproso...Mas eu não estava nem aí porque nenhum deles pagava as minhas compras. Danem-se ! >:/ Certa vez, um idiota de um segurança do banco em que trabalhava veio com uma conversa fiada de que todo cabeludo roqueiro era viado. Ele dissera isso ao ver a capa de um lp que eu acabara de comprar. Era o Yngwie Malmsteen ("Odyssey").Como eu sabia que ele era evangélico perguntei se poderia chamar Jesus de viado, também. Aí ele não gostou e eu pedi que ele refletisse melhor sobre o que dizia constantemente. Pimenta no Jardim de Gethesemane dos outros é refresco!

13. Eu deixei um link de um vídeo junto a entrevista do JOSÉ RENATO no atitude fanzine. Gostaria que você desse sua opinião sobre ele. Sensacional esse vídeo ! Pô, um pai Oldbanger e um filho baterista de jazz? Essa família é feliz, muito feliz ! Só falta a vó por a dentadura, por que ficou parecendo a mais velha de todos! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Eu pretendo envelhecer assim, desse jeito. Acho mais honrado e menos decrépito... Nos anos 80, eu comprava uma revista importada chamada "R.I.P." e havia uma reportagem nela sobre o choque de gerações entre roqueiros. O assunto girava em torno de uma apresentação do Dio, em 1987, e fora presenciada pelo repórter que trabalhava para a revista e fazia a cobertura do evento. Nesse show, nos EUA, um jovem cutucou um outro expectador que tinha mais de 60 anos. Ele quis saber o que ele fazia alí, num show de Heavy Metal. A resposta dada pelo senhor sexagenário era de que ele estava ali por conhecer há décadas o trabalho do Ronnie James Dio e não estava tomando conta de um suposto filho no espetáculo. Também disse que o fato de estar presente ali numa idade considerada distoante pela maioria da plateia, era que permanecia fiel ao Rock, que para ele não era um modismo simplesmente, e que não era preconceituoso em relação aos mais jovens. O repórter terminou a matéria dizendo que os dois trocaram um abraço ao final do show e foram fuder no banheiro...Sacanagem! Eles cantaram juntos diversas músicas do Dio e se cumprimentaram ao final do show.

14. Existe uma grande polêmica sobre se a cultura livre é ou não pirataria. Qual sua opinião a respeito? Para mim falta um debate maior sobre essa questão. O que na verdade não se discute é o acesso à cultura. Os preços dos livros, cd's, dvd's, shows, peças de teatro são ABSURDAMENTE CAROS. Eu acho engraçado esses artistas que sobem em tratores e passam por cima de produtos piratas e que não tem da gravadora a numeração disponível do que vendem...Alienados é pouco! São uns BURROS, mesmo. Veja a atitude do Lobão...O cara só poderia ser roqueiro ! Ele exigiu a numeração em seus trabalhos para um maior controle e isso foi negado. Vendas, então, só em bancas de jornais...É por aí ! ATITUDE! Mas é mais prático dizer que há inúmeras pessoas envolvidas na concepção do produto, de que pirataria é crime, mas o cartel de preços - porra, toda promoção é 49,90, porquê?), não??? Um custo de um cd não chega aos 9 reais e por que ele tem que custar 45,00??? Para mim cultura livre não é pirataria. Eu não endosso pirataria, mas exijo um maior acesso mesmo que isso contrarie interesse escusos. Isso é CIDADANIA!

15. Gostaria que você indicasse um link de um disco para ser postado junto a essa entrevista e fizesse uma breve resenha sobre ele. Eu escolhi um post de quando não era colaborador oficial do SDN e o fiz em conjunto com o Morcegão. Aí está o endereço e trata-se de uma raridade para os amantes do Hard setentista para não ficarmos só no trinômio Zep-Purple-Sabbath...Trata-se do DUST e a resenha está contida no post, evidentemente! http://seres-da-noite.blogspot.com/2007/05/dust-2-cds.html



16. Quais conselhos você daria para quem está começando a curtir rock agora e para quem está começando a montar seu blog? Que ouça os mais variados estilos de todas as épocas até achar o que lhe melhor convêm, sem preconceito algum. Rock é um aprendizado e acho uma verdadeira estupidez limitar-se a um grupo, a uma banda, a um estilo só. A mente precisa abrir-se para melhor ficar esclarecida e não esclerosada... Para quem quer montar um blog que não o encare como diversão somente, mas, sim, um disseminador de cultura musical. Na medida do possível, ponha textos com os devidos créditos ou aborde assuntos polêmicos para incentivar o debate, também. E use a moderação dos comentários para exorcizar os trolls babacas... ;)

17. Qual foi o show que você esteve presente que mais lhe marcou? E qual seria o show que você entraria numa máquina do tempo para poder assistir? Verdadeira "casca grossa" essa primeira parte da pergunta...Ficarei com o Rock In Rio Festival, de 1985, porque engloba diversas bandas (Whitesnake, Iron Maiden, Ozzy, Scorpions e AC/DC). Entratria num máquina do tempo para ver o The Jimi Hendrix Experience, com certeza ! \o/

18. Você teve a oportunidade de visitar os blogs da Equipe Atitude? Qual sua opinião? Sinceramente, eu não conhecia os blogs da Equipe Atitude. E agradeço muito ao Dagon pela indicação. Mas já passei os olhos neles e já os coloquei em "meus favoritos", pois o trabalho desempenhado é muito bom e útil para não deixar que a alienação seja sinônimo de Rock... Parabéns pelo trabalho desenvolvido e ATITUDE na veia !!! 19. Dia 21 de Abril iremos fazer um show chamado HEAVY METAL ASILO, na verdade uma ironia pois acreditamos que os que curtem rock permanecem jovens no corpo e na alma. O que pensa sobre essas idéias? Acho excelente essa idéia e espero que muitos outros venham depois desse ! O Rock é atemporal e o corpo envelhece, sem dúvida, mas a alma é sempre moleque. O importante é ouvir boa música e esse tipo de evento ajuda a manter a chama do Rock sempre acesa. Ainda mais aqui no RJ que carece de eventos como esse e de programas de rádio decentes...Sucesso!!!


20. Uma pergunta final feita a todos os entrevistados DEUS SALVA E O ROCK ALIVIA?rsrrssr. Fique livre para deixar suas impressões, manifestar idéias, enfim escreva sobre o que der vontade rsrrsr. Um forte abraço de toda equipe atitude. O Rock alivia e muito. Ele ajuda a superar frustrações e renovar energias para seguir em frente e encarar a vida. "Tente Outra Vez", do genial Raul Seixas é um hino de renovação de forças maior do que estes "bosta sellers" de auto-ajuda... Mas...Deus? Como? Hein? Quem é? Não conheço e nem quero ser apresentado a ele !!! Prefiro o "Estrela da Manhã"... \m/..\m/ Primeiramente, gostaria de agradecer a equipe Atitude por essa oportunidade e aos amigos Dagon, Ser e Barbarian Fighter pelos convites para participar dos blogs e ao Edson por ser o maior sacaneado de todos (Ô Bibaaaaaaaaaa!) XD Um grande abraço aos diversos amigos e blogs irmãos que estão conosco nessa caminhada. ROCK SAVE OURS SOULS AND HEAVY METAL IS THE LAW! Finalizando, Roqueiro não deve ser sinônimo de alienado! Leia, estude, tenha avidez por cultura, informação, arte e lembre-se que um inculto é o tempero da massa de manobra do "establishment"...
Na verdade, tenha ATITUDE.
PELO FIM DO VOTO E DO SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIOS !
MAIOR ACESSO À CULTURA LIVRE, DJÁ !
MIEMCIMADESISEMDO, TAMBIÉN...
Ainda creio que receberei minhas Kuanzas depois dessa entrevista... Abração, Miguel (Miguelito, el Gran Chihuahua).
O HEAVY METAL ASILO ESTARÁ COBRANDO EM KUANZAS PARA PODERMOS HONRAR ESSE COMPROMISSO. NA FALTA DESSA VALIOSA UNIDADE MONETÁRIA GOSTARIAMOS DE SABER SE PODEMOS PAGAR COM DISCOS SERTANEJOS ROUBADOS DE NOSSAS AVÓS???
UM ABRAÇO IRMÃO, ESSA ENTREVISTA FOI DEMAIS!!!

JUDAS PRIEST - HEAVY METAL CLÁSSICO










Em setembro de 1969, Al Atkins (vocalista) e Bruno Stappenhill (baixista), dois amigos que moravam em Birminghan, Inglaterra, realizavam testes de audição de guitarras para sua banda. Dentre os vários que compareceram, estava Kenneth Kelvin 'KK' Downing, mas ele não chegou a ficar. O escolhido foi Earnest Chataway. O line-up foi completado com o baterista John Partridge. Bruno sugeriu que a banda se chamasse Judas Priest, nome tirado da faixa "The Ballad Of Frankie Lee and Judas Priest" de Bob Dylan. Após algumas apresentações, gravaram uma Demo-Tape com duas faixas com o objetivo de conseguir um contrato com uma gravadora. Sem atingir esse objetivo, em meados de 1970, decidem se separar.As divergências musicais aliadas a insegurança e a tristeza por não ter gravado o primeiro álbum foram os principais motivos. Al Atkins era o mais descontente com o estilo 'bluesy' que a banda tinha adotado e continuou procurando por músicos para seu novo projeto. Numa noite Al ouviu uma banda com 3 jovens que o entusiasmou. Um deles era KK Downing, guitarrista que Al já conhecia. Os outros eram Ian 'Skull' Hill (baixo) e John Ellis (bateria). Al perguntou ao trio se precisavam de um vocalista e a resposta foi positiva. Começaram ensaiar, mas Al não havia gostado do nome que iam batizar a banda, Freight. Decide sugerir o nome de sua ex-banda, Judas Priest. Todos foram unânimes em concordar.Após poucos meses, começam a tocar, abrindo para o Slade, Budgie e Warhorse. O baterista John Ellis deixa a banda, sendo substituído por Alan 'Skip' Moore.Em julho de 1971 gravam 2 músicas: "Holy Is The Man" e "Mind Conception". Seguem, entre 1971 e 1972, apresentando-se poucas vezes ao vivo, já que estavam concentrados em compor para o primeiro álbum. Tudo ia bem até que o baterista Alan Moore deixa a banda para integrar o Sundance, sendo substituído por Chris 'Congo' Campbell.Em 1973, excursionam como suporte para o Thin Lizzy e UFO. Mas, após os shows, Al Atkins deixa a banda por problemas financeiros e familiares. Na mesma época, Chris Campbell também deixa o Priest. Muitos pensaram que este seria o fim, mas KK Downing e Ian Hill decidem continuar. A namorada e futura esposa de Ian Hill, Sue Halford, indica seu irmão, Robert John Halford, para o posto de vocalista. Halford entra definitivamente no Judas Priest, trazendo consigo o baterista de sua banda (Hiroshima), John Hinch.Após algumas apresentações, um 'olheiro' da Gull Records os vê e os convida para entrarem em estúdio e trabalhar no lançamento do primeiro álbum. Nessa época, resolvem convocar mais um guitarrista para o grupo e o escolhido para o posto é Glenn Tipton.A banda começa a gravar o álbum, terminando-o após três semanas de trabalho. Dia 06 de setembro de 1974 lançam na Grã-Bretanha o debut, "Rocka Rolla" . Os músicos, mesmo descontentes com a produção de Roger Bain , tinham consciência de que o material era forte o bastante para falar por si.Em 1975, o Judas Priest excursiona pela Europa com o intuito de promover "Rocka Rolla". E a força da banda ao vivo pôde ser mostrada no Reading Festival, onde impressionam o público e a mídia. Após o show, o baterista John Hinch deixa a banda. Para seu lugar, recrutam o ex-membro Allan Moore. E começam a compor para seu segundo álbum.Em dezembro de 1975 entram no London's Morgan Studios para gravar "Sad Wings Of Destiny", lançado em março de 1976. Entre faixas do álbum, pelo menos 2 clássicos: "Victim Of Changes" e "The Ripper". Partem para uma tour pela Grã-Bretanha e, apesar de não contarem com nenhum apoio da gravadora, tocam de abril a junho. Mas, são recompensados com um contrato com a multinacional CBS/Columbia (atualmente Sony Music).Em seguida, entram em estúdio para a gravação do terceiro álbum, "Sin After Sin" , com produção de Roger Glover (então ex-baixista de Deep Purple). Como o baterista Alan Moore havia saído, o Judas Priest contou com os préstimos de um músico de estúdio, o ótimo Simon Phillips. O álbum saiu em abril de 1977 e atingiu a 23ª posição nas paradas da Inglaterra, eternizando músicas como "Sinner" e "Diamonds And Rust" (cover de Joan Baez). Após o lançamento, seguem em tour pelos EUA, onde tocaram como suporte para o Led Zeppelin, R.E.O. Speedwagon e Foghat, e Inglaterra abrindo para o Status Quo.O crescente sucesso do Judas Priest continuou com "Stained Class", lançado em fevereiro de 1978, com produção de Dennis McKay. O baterista já era Les Binks. Nesse álbum, o som tocado pelo Judas Priest começou realmente a chamar a atenção do mundo. Faixas como "Exciter", "Beyond The Realms Of Death" e "Better By You, Better Than Me" mostravam o poder de fogo da banda.Após a tour, a banda volta ao estúdio para gravar o próximo trabalho, com produção a cargo de James Guthrie. "Killing Machine" foi lançado em outubro de 1978 no Reino Unido, mesma época em que a banda parte para uma tour na Inglaterra. As faixas que mais marcaram neste lançamento foram "Delivering The Gods", "Hell Bent For Leather", "Burning Up", "Running Wild" e "Green Manalishi". No início de 1979, o álbum é lançado nos EUA, com o título de "Hell Bent For Leather".A tour mundial que se seguiu foi ao lado de bandas como o Kiss e AC/DC. Entre maio e agosto, o Judas Priest prepara o primeiro álbum ao vivo. "Unleashed In The East" foi gravado em Tóquio com produção de Tom Allom e até hoje é considerado um dos melhores álbuns ao vivo de Heavy Metal de todos os tempos, apesar de sabidamente ter muitos overdubs. Nessa época o baterista Les Binks deixa o Priest, sendo substituído por Dave Holland, ex- Trapeze.No início de 1980, começam a gravar "British Steel", lançado oficialmente em março. "British Steel é considerado um dos melhores álbuns do Priest e um marco do heavy metal, com faixas de fácil assimilação como Breaking The Law e Living After Midnight e outras mais pesadas como Grinder, Rapid Fire e Metal Gods. Neste mesmo ano, tocam na primeira edição do Castle Donnington "Monsters Of Rock Festival", ao lado de Rainbow e Scorpions.Após o fim da tour viajam para a ilha Ibiza, no Mediterrâneo, para pré-produção do álbum seguinte, "Point Of Entry". Apesar de poder contar com uma boa produção e de obter boa vendagem, o álbum não emplaca. Mesmo assim, faixas como 'Heading Out To The Highway", "Desert Plains" e "Hot Rockin'" conseguem virar clássicos.Depois de outra turnê mundial e um breve período de descanso, a banda se reúne para iniciar os trabalhos para o álbum seguinte, "Screaming For Vengeance".Com a produção novamente a cargo de Tom Allom, "Screaming For Vengeance" é lançado oficialmente em julho de 1982 e obtém a marca de 4 milhões de cópias vendidas nos EUA. O hino máximo "The Hellion/ Electric Eye" abre o álbum em grande estilo, seguido de faixas memoráveis, como "Riding On The Wind", "Bloodstone" e "You've Got Another Thing Coming".A tour de divulgação do álbum durou nove meses, sendo que seis deles somente nos EUA, ao lado do Def Leppard e Iron Maiden.Depois da tour, passam a se dedicar aos trabalhos do álbum seguinte, sempre com o auxílio do produtor Tom Allom.Em dezembro de 1983 sai "Defenders Of The Faith". Apesar da falha na tentativa de igualar o sucesso de seu antecessor, o álbum contém faixas magníficas como "Frewheel Burning", "Jawbreaker" e "The Sentinel". O único ponto negativo unânime foi em relação ao nível da gravação que, realmente, deixou a desejar.O ano de 1984 foi inteiramente dedicado à turnê mundial.No início de 1985, a banda se concentrou no Compass Point Studios, nas Bahamas, para a composição do álbum seguinte. Era o início da era digital nas técnicas de gravação e o produtor Tom Allom não hesitou em sugerir que o novo álbum fosse feito com o uso de técnicas mais modernas.Após um longo período de preparação, lançam "Turbo" , em março de 1986. Os velhos fãs torceram o nariz para esse álbum, com suas guitarras sintetizadas e bateria eletrônica.Partem para uma tour mundial (exceto Grã-Bretanha), a "Turbo-Fuel For Life Tour", que resultou em mais um álbum ao vivo, "Priest...Live!", lançado em junho de 1987. A imprensa, no entanto, não escondia o descontentamento com o direcionamento musical de "Turbo" e não poupou as críticas, escrevendo que a música da banda era irrelevante para aquela época.Em 1988 o Judas Priest chamou a atenção com a gravação de "Johnny B. Goode", cover de Chuck Berry.O novo álbum, "Ram It Down", lançado em maio de 1988, trouxe-os de volta ao Heavy Metal clássico, mesmo contando com uma produção com resquícios da fase "Turbo".Após a tour pela Europa e EUA, o baterista Dave Holland deixa a banda por problemas familiares pouco tempo antes de se iniciarem as gravações do álbum seguinte.Decidem convidar o baterista Scott Travis do Racer X, que aceita prontamente o convite. Com o sangue novo de Travis na bateria, partiram para o Wisseloord Studios, na Holanda, para gravar o novo álbum com produção de Chris Tsangarides.Em 1990 lançam o magistral "Painkiller", um álbum que causou impacto pela excelente produção e peso, colocando o Judas Priest como banda número 1 do cenário do Heavy Metal mundial. Todas as faixas mostraram uma banda atualizada, mais agressiva e muito mais técnica que o habitual e, entre as que mais se destacam, estão: "Painkiller", "All Guns Blazing", "Metal Meltdown", "Night Crawler" e "Touch Of Evil".No início de 1991, pela primeira vez, fazem uma escala muito especial no Brasil para um show em 23 de janeiro no "Rock In Rio II", realizado no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, ao lado de Sepultura, Megadeth, Queensrÿche e Gun's n Roses.Em junho de 1992, Rob Ralford anuncia que vai gravar com uma banda paralela, o Fight, mas afirmava à imprensa que não saíria do Judas. Mas, em setembro, deixa o Judas Priest para se dedicar exclusivamente ao Fight, levando consigo o baterista Scott Travis. Os outros músicos eram Brian Tilse e Russ Parish (guitarras) e Jay Jay (baixo).Em dezembro de 1992 KK, Tipton e Hill decidem abrir o jogo para a imprensa e concordam que Halford estava de fora do Judas Priest. A gravadora CBS lança, em abril de 1993, uma coletânea dupla, "Metal Works 73-93", além de um vídeo (lançado pela CMV), contando toda a história da banda, com depoimentos e imagens raras.Meses depois, Halford finalmente solta seu primeiro álbum com o Fight, "War Of Words", com um som mais simples, porém, muito pesado. Os fãs aprovam o Fight e ficam no aguardo de uma resposta do Judas.O Fight decola com uma tour mundial passando, inclusive, pelo Brasil. Na seqüência, lança o segundo álbum, "A Small Deadly Space", que dessa vez não agradou. Pouco tempo depois, Halford declara o fim da banda.Enquanto isso, o Judas Priest continuava a procura de um novo vocalista.A dupla KK e Tipton já estava compondo o novo material e Scott Travis decide voltar a seu posto no Judas, após o fim do Fight.Em março de 1996, Scott Travis entra no estúdio onde estavam preparando o novo álbum e mostra um vídeo de uma banda cover do Judas (Bristish Steel). O trio enlouquece ao ver o norte-americano, de Akron/Ohio, Tim Owens, cantando. Numa das apresentações da banda de "Ripper" Owens, Scott Travis os observou. Na ocasião, Scott chegou até a fazer um jam com a banda, tocando "Metal Gods" e ficou impressionado com a performance de Owens. Por isso, levou o vídeo do British Steel para ser analisado por Glenn Tipton. E, a convite do próprio Tipton, Tim Owens parte rapidamente para a Inglaterra para uma audição. Após o teste , Tim "Ripeper" Owens é anunciado à imprensa como o novo vocalista do Judas Priest.Neste período, Glenn Tipton já estava para realizar um de seus sonhos que, era gravar um álbum solo. Mesmo estando trabalhando no novo álbum do Judas, Tipton divide seu tempo entre os EUA (Los Angeles) e a Inglaterra (Londres), onde ocorreram as gravações de "Baptism Of Fire". Convidados ilustres, como Cozy Powell (bateria), Billy Sheehan, John Entwistle e Robert Trujillo (baixistas), participaram do projeto, que foi lançado oficialmente em fevereiro de 1997.Na mesma época, os trabalhos do novo álbum do Judas continuam. E, após sete anos de silêncio, é lançado "Jugulator" em 1997. O som é extremamente pesado, com guitarras mais distorcidas do que nunca e sem os solos harmoniosos de tempos passados. Na minha opinião, o ponto negativo do álbum foi a preocupação de Owens querer soar como Rob Halford, chegando a irritar.Em janeiro de 1998, começam a tour pela Europa e, apesar de não tocarem em grandes estádios, lotam as casas de shows em todos os lugares por onde passam. O resultado foi a gravação de mais um álbum ao vivo, "Live Meltdown' 98". Aqui já se nota um Owens mais solto e, agora sim, mostrando toda sua qualidade, se saindo muito bem inclusive nas músicas de Halford.Mas, Rob Halford consegue tomar a cena ao declarar ao mundo sua homossexualidade, coisa que todos já estavam cansados de saber. Após todo o falatório, Rob Halford monta outra banda, o Two. Ao lançar o álbum "Voyeurs" , o público desaprova o trabalho, que mixava techno e industrial com partes de guitarras pesadas (à la Nine Inch Nails), causando vários cancelamentos de datas pelo mundo. O Two chega ao fim, ficando o Rob Halford com sua própria carreira solo numa volta ao estilo que o consagrara no Judas Priest.Em 2000, Halford lança seu álbum "Resurrection", com uma sonoridade clássica e que teve ótima aceitação dos fãs. Em janeiro de 2001, durante sua turnê, Halford se apresenta com sua banda no Rock In Rio. Ao final da tour é lançado o ao vivo "Live Insurrection".Paralelamente à carreira de Rob Halford , o Judas Priest seguia firme e em julho de 2001 sai o álbum "Demolition". Seguindo as mudanças iniciadas em "Jugulator", o Judas tende ao metal moderno. Novamente gerou discórdias, com fãs radicais não o aprovando enquanto outros acreditam tratar-se de (mais um) excelente álbum.Após 10 anos desde a última passagem pelo Brasil, a turnê inclui datas em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.Em 2003 começam boatos sobre a saída de Ripper e a volta de Halford ao Judas Priest. Em julho a banda declara oficialmente em seu site a retorno de Rob Halford. Fora do Judas, Ripper assumiu o posto de vocalista na banda Iced Earth. Em 17 de novembro é lançado o DVD Electric Eye, que inclui diversos vídeo clipes, o show de 1986 em Dallas (o mesmo de "Priest Live") e apresentações no BBC.Em 2004 sai o box Metalogy comemorando o 30º aniversário da banda, que inclui 4 cds com musicas de toda a carreira (1974-2002) mais b-sides e versões ao vivo, e um DVD com o show de 1983 em Memphis.No início de 2005 é lançado o tão esperado álbum da volta do Priest com sua formação clássica . "Angel Of Retribution" mostra o Judas Priest de volta ao metal tradicional, com letras que citam referências a várias outras músicas e álbuns da banda. Os destaques ficam por conta de "Deal With The Devil", "Hellrider", "Judas Rising" e "Demonizer". Em setembro voltam novamente para apresentações no Brasil, agora em companhia do Whitesnake. Ao final da turnê mundial, lançam outro DVD gravado no Japão , "Rising In The East".Em 2008, o Judas Priest lançou "Nostradamus", álbum conceitual sobre o famoso profeta da idade média. Esse disco criou uma certa controvérsia entre os fãs por ser longo e "arrastado" demais devido aos diversos interlúdios e passagens orquestradas.Ao vivo, porém, suas músicas se saíram muito bem.

FONTE: FIREBALL

GRATO PELO EXCELENTE TRABALHO

JUDAS PRIEST - HEAVY METAL CLÁSSICO










Em setembro de 1969, Al Atkins (vocalista) e Bruno Stappenhill (baixista), dois amigos que moravam em Birminghan, Inglaterra, realizavam testes de audição de guitarras para sua banda. Dentre os vários que compareceram, estava Kenneth Kelvin 'KK' Downing, mas ele não chegou a ficar. O escolhido foi Earnest Chataway. O line-up foi completado com o baterista John Partridge. Bruno sugeriu que a banda se chamasse Judas Priest, nome tirado da faixa "The Ballad Of Frankie Lee and Judas Priest" de Bob Dylan. Após algumas apresentações, gravaram uma Demo-Tape com duas faixas com o objetivo de conseguir um contrato com uma gravadora. Sem atingir esse objetivo, em meados de 1970, decidem se separar.As divergências musicais aliadas a insegurança e a tristeza por não ter gravado o primeiro álbum foram os principais motivos. Al Atkins era o mais descontente com o estilo 'bluesy' que a banda tinha adotado e continuou procurando por músicos para seu novo projeto. Numa noite Al ouviu uma banda com 3 jovens que o entusiasmou. Um deles era KK Downing, guitarrista que Al já conhecia. Os outros eram Ian 'Skull' Hill (baixo) e John Ellis (bateria). Al perguntou ao trio se precisavam de um vocalista e a resposta foi positiva. Começaram ensaiar, mas Al não havia gostado do nome que iam batizar a banda, Freight. Decide sugerir o nome de sua ex-banda, Judas Priest. Todos foram unânimes em concordar.Após poucos meses, começam a tocar, abrindo para o Slade, Budgie e Warhorse. O baterista John Ellis deixa a banda, sendo substituído por Alan 'Skip' Moore.Em julho de 1971 gravam 2 músicas: "Holy Is The Man" e "Mind Conception". Seguem, entre 1971 e 1972, apresentando-se poucas vezes ao vivo, já que estavam concentrados em compor para o primeiro álbum. Tudo ia bem até que o baterista Alan Moore deixa a banda para integrar o Sundance, sendo substituído por Chris 'Congo' Campbell.Em 1973, excursionam como suporte para o Thin Lizzy e UFO. Mas, após os shows, Al Atkins deixa a banda por problemas financeiros e familiares. Na mesma época, Chris Campbell também deixa o Priest. Muitos pensaram que este seria o fim, mas KK Downing e Ian Hill decidem continuar. A namorada e futura esposa de Ian Hill, Sue Halford, indica seu irmão, Robert John Halford, para o posto de vocalista. Halford entra definitivamente no Judas Priest, trazendo consigo o baterista de sua banda (Hiroshima), John Hinch.Após algumas apresentações, um 'olheiro' da Gull Records os vê e os convida para entrarem em estúdio e trabalhar no lançamento do primeiro álbum. Nessa época, resolvem convocar mais um guitarrista para o grupo e o escolhido para o posto é Glenn Tipton.A banda começa a gravar o álbum, terminando-o após três semanas de trabalho. Dia 06 de setembro de 1974 lançam na Grã-Bretanha o debut, "Rocka Rolla" . Os músicos, mesmo descontentes com a produção de Roger Bain , tinham consciência de que o material era forte o bastante para falar por si.Em 1975, o Judas Priest excursiona pela Europa com o intuito de promover "Rocka Rolla". E a força da banda ao vivo pôde ser mostrada no Reading Festival, onde impressionam o público e a mídia. Após o show, o baterista John Hinch deixa a banda. Para seu lugar, recrutam o ex-membro Allan Moore. E começam a compor para seu segundo álbum.Em dezembro de 1975 entram no London's Morgan Studios para gravar "Sad Wings Of Destiny", lançado em março de 1976. Entre faixas do álbum, pelo menos 2 clássicos: "Victim Of Changes" e "The Ripper". Partem para uma tour pela Grã-Bretanha e, apesar de não contarem com nenhum apoio da gravadora, tocam de abril a junho. Mas, são recompensados com um contrato com a multinacional CBS/Columbia (atualmente Sony Music).Em seguida, entram em estúdio para a gravação do terceiro álbum, "Sin After Sin" , com produção de Roger Glover (então ex-baixista de Deep Purple). Como o baterista Alan Moore havia saído, o Judas Priest contou com os préstimos de um músico de estúdio, o ótimo Simon Phillips. O álbum saiu em abril de 1977 e atingiu a 23ª posição nas paradas da Inglaterra, eternizando músicas como "Sinner" e "Diamonds And Rust" (cover de Joan Baez). Após o lançamento, seguem em tour pelos EUA, onde tocaram como suporte para o Led Zeppelin, R.E.O. Speedwagon e Foghat, e Inglaterra abrindo para o Status Quo.O crescente sucesso do Judas Priest continuou com "Stained Class", lançado em fevereiro de 1978, com produção de Dennis McKay. O baterista já era Les Binks. Nesse álbum, o som tocado pelo Judas Priest começou realmente a chamar a atenção do mundo. Faixas como "Exciter", "Beyond The Realms Of Death" e "Better By You, Better Than Me" mostravam o poder de fogo da banda.Após a tour, a banda volta ao estúdio para gravar o próximo trabalho, com produção a cargo de James Guthrie. "Killing Machine" foi lançado em outubro de 1978 no Reino Unido, mesma época em que a banda parte para uma tour na Inglaterra. As faixas que mais marcaram neste lançamento foram "Delivering The Gods", "Hell Bent For Leather", "Burning Up", "Running Wild" e "Green Manalishi". No início de 1979, o álbum é lançado nos EUA, com o título de "Hell Bent For Leather".A tour mundial que se seguiu foi ao lado de bandas como o Kiss e AC/DC. Entre maio e agosto, o Judas Priest prepara o primeiro álbum ao vivo. "Unleashed In The East" foi gravado em Tóquio com produção de Tom Allom e até hoje é considerado um dos melhores álbuns ao vivo de Heavy Metal de todos os tempos, apesar de sabidamente ter muitos overdubs. Nessa época o baterista Les Binks deixa o Priest, sendo substituído por Dave Holland, ex- Trapeze.No início de 1980, começam a gravar "British Steel", lançado oficialmente em março. "British Steel é considerado um dos melhores álbuns do Priest e um marco do heavy metal, com faixas de fácil assimilação como Breaking The Law e Living After Midnight e outras mais pesadas como Grinder, Rapid Fire e Metal Gods. Neste mesmo ano, tocam na primeira edição do Castle Donnington "Monsters Of Rock Festival", ao lado de Rainbow e Scorpions.Após o fim da tour viajam para a ilha Ibiza, no Mediterrâneo, para pré-produção do álbum seguinte, "Point Of Entry". Apesar de poder contar com uma boa produção e de obter boa vendagem, o álbum não emplaca. Mesmo assim, faixas como 'Heading Out To The Highway", "Desert Plains" e "Hot Rockin'" conseguem virar clássicos.Depois de outra turnê mundial e um breve período de descanso, a banda se reúne para iniciar os trabalhos para o álbum seguinte, "Screaming For Vengeance".Com a produção novamente a cargo de Tom Allom, "Screaming For Vengeance" é lançado oficialmente em julho de 1982 e obtém a marca de 4 milhões de cópias vendidas nos EUA. O hino máximo "The Hellion/ Electric Eye" abre o álbum em grande estilo, seguido de faixas memoráveis, como "Riding On The Wind", "Bloodstone" e "You've Got Another Thing Coming".A tour de divulgação do álbum durou nove meses, sendo que seis deles somente nos EUA, ao lado do Def Leppard e Iron Maiden.Depois da tour, passam a se dedicar aos trabalhos do álbum seguinte, sempre com o auxílio do produtor Tom Allom.Em dezembro de 1983 sai "Defenders Of The Faith". Apesar da falha na tentativa de igualar o sucesso de seu antecessor, o álbum contém faixas magníficas como "Frewheel Burning", "Jawbreaker" e "The Sentinel". O único ponto negativo unânime foi em relação ao nível da gravação que, realmente, deixou a desejar.O ano de 1984 foi inteiramente dedicado à turnê mundial.No início de 1985, a banda se concentrou no Compass Point Studios, nas Bahamas, para a composição do álbum seguinte. Era o início da era digital nas técnicas de gravação e o produtor Tom Allom não hesitou em sugerir que o novo álbum fosse feito com o uso de técnicas mais modernas.Após um longo período de preparação, lançam "Turbo" , em março de 1986. Os velhos fãs torceram o nariz para esse álbum, com suas guitarras sintetizadas e bateria eletrônica.Partem para uma tour mundial (exceto Grã-Bretanha), a "Turbo-Fuel For Life Tour", que resultou em mais um álbum ao vivo, "Priest...Live!", lançado em junho de 1987. A imprensa, no entanto, não escondia o descontentamento com o direcionamento musical de "Turbo" e não poupou as críticas, escrevendo que a música da banda era irrelevante para aquela época.Em 1988 o Judas Priest chamou a atenção com a gravação de "Johnny B. Goode", cover de Chuck Berry.O novo álbum, "Ram It Down", lançado em maio de 1988, trouxe-os de volta ao Heavy Metal clássico, mesmo contando com uma produção com resquícios da fase "Turbo".Após a tour pela Europa e EUA, o baterista Dave Holland deixa a banda por problemas familiares pouco tempo antes de se iniciarem as gravações do álbum seguinte.Decidem convidar o baterista Scott Travis do Racer X, que aceita prontamente o convite. Com o sangue novo de Travis na bateria, partiram para o Wisseloord Studios, na Holanda, para gravar o novo álbum com produção de Chris Tsangarides.Em 1990 lançam o magistral "Painkiller", um álbum que causou impacto pela excelente produção e peso, colocando o Judas Priest como banda número 1 do cenário do Heavy Metal mundial. Todas as faixas mostraram uma banda atualizada, mais agressiva e muito mais técnica que o habitual e, entre as que mais se destacam, estão: "Painkiller", "All Guns Blazing", "Metal Meltdown", "Night Crawler" e "Touch Of Evil".No início de 1991, pela primeira vez, fazem uma escala muito especial no Brasil para um show em 23 de janeiro no "Rock In Rio II", realizado no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, ao lado de Sepultura, Megadeth, Queensrÿche e Gun's n Roses.Em junho de 1992, Rob Ralford anuncia que vai gravar com uma banda paralela, o Fight, mas afirmava à imprensa que não saíria do Judas. Mas, em setembro, deixa o Judas Priest para se dedicar exclusivamente ao Fight, levando consigo o baterista Scott Travis. Os outros músicos eram Brian Tilse e Russ Parish (guitarras) e Jay Jay (baixo).Em dezembro de 1992 KK, Tipton e Hill decidem abrir o jogo para a imprensa e concordam que Halford estava de fora do Judas Priest. A gravadora CBS lança, em abril de 1993, uma coletânea dupla, "Metal Works 73-93", além de um vídeo (lançado pela CMV), contando toda a história da banda, com depoimentos e imagens raras.Meses depois, Halford finalmente solta seu primeiro álbum com o Fight, "War Of Words", com um som mais simples, porém, muito pesado. Os fãs aprovam o Fight e ficam no aguardo de uma resposta do Judas.O Fight decola com uma tour mundial passando, inclusive, pelo Brasil. Na seqüência, lança o segundo álbum, "A Small Deadly Space", que dessa vez não agradou. Pouco tempo depois, Halford declara o fim da banda.Enquanto isso, o Judas Priest continuava a procura de um novo vocalista.A dupla KK e Tipton já estava compondo o novo material e Scott Travis decide voltar a seu posto no Judas, após o fim do Fight.Em março de 1996, Scott Travis entra no estúdio onde estavam preparando o novo álbum e mostra um vídeo de uma banda cover do Judas (Bristish Steel). O trio enlouquece ao ver o norte-americano, de Akron/Ohio, Tim Owens, cantando. Numa das apresentações da banda de "Ripper" Owens, Scott Travis os observou. Na ocasião, Scott chegou até a fazer um jam com a banda, tocando "Metal Gods" e ficou impressionado com a performance de Owens. Por isso, levou o vídeo do British Steel para ser analisado por Glenn Tipton. E, a convite do próprio Tipton, Tim Owens parte rapidamente para a Inglaterra para uma audição. Após o teste , Tim "Ripeper" Owens é anunciado à imprensa como o novo vocalista do Judas Priest.Neste período, Glenn Tipton já estava para realizar um de seus sonhos que, era gravar um álbum solo. Mesmo estando trabalhando no novo álbum do Judas, Tipton divide seu tempo entre os EUA (Los Angeles) e a Inglaterra (Londres), onde ocorreram as gravações de "Baptism Of Fire". Convidados ilustres, como Cozy Powell (bateria), Billy Sheehan, John Entwistle e Robert Trujillo (baixistas), participaram do projeto, que foi lançado oficialmente em fevereiro de 1997.Na mesma época, os trabalhos do novo álbum do Judas continuam. E, após sete anos de silêncio, é lançado "Jugulator" em 1997. O som é extremamente pesado, com guitarras mais distorcidas do que nunca e sem os solos harmoniosos de tempos passados. Na minha opinião, o ponto negativo do álbum foi a preocupação de Owens querer soar como Rob Halford, chegando a irritar.Em janeiro de 1998, começam a tour pela Europa e, apesar de não tocarem em grandes estádios, lotam as casas de shows em todos os lugares por onde passam. O resultado foi a gravação de mais um álbum ao vivo, "Live Meltdown' 98". Aqui já se nota um Owens mais solto e, agora sim, mostrando toda sua qualidade, se saindo muito bem inclusive nas músicas de Halford.Mas, Rob Halford consegue tomar a cena ao declarar ao mundo sua homossexualidade, coisa que todos já estavam cansados de saber. Após todo o falatório, Rob Halford monta outra banda, o Two. Ao lançar o álbum "Voyeurs" , o público desaprova o trabalho, que mixava techno e industrial com partes de guitarras pesadas (à la Nine Inch Nails), causando vários cancelamentos de datas pelo mundo. O Two chega ao fim, ficando o Rob Halford com sua própria carreira solo numa volta ao estilo que o consagrara no Judas Priest.Em 2000, Halford lança seu álbum "Resurrection", com uma sonoridade clássica e que teve ótima aceitação dos fãs. Em janeiro de 2001, durante sua turnê, Halford se apresenta com sua banda no Rock In Rio. Ao final da tour é lançado o ao vivo "Live Insurrection".Paralelamente à carreira de Rob Halford , o Judas Priest seguia firme e em julho de 2001 sai o álbum "Demolition". Seguindo as mudanças iniciadas em "Jugulator", o Judas tende ao metal moderno. Novamente gerou discórdias, com fãs radicais não o aprovando enquanto outros acreditam tratar-se de (mais um) excelente álbum.Após 10 anos desde a última passagem pelo Brasil, a turnê inclui datas em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.Em 2003 começam boatos sobre a saída de Ripper e a volta de Halford ao Judas Priest. Em julho a banda declara oficialmente em seu site a retorno de Rob Halford. Fora do Judas, Ripper assumiu o posto de vocalista na banda Iced Earth. Em 17 de novembro é lançado o DVD Electric Eye, que inclui diversos vídeo clipes, o show de 1986 em Dallas (o mesmo de "Priest Live") e apresentações no BBC.Em 2004 sai o box Metalogy comemorando o 30º aniversário da banda, que inclui 4 cds com musicas de toda a carreira (1974-2002) mais b-sides e versões ao vivo, e um DVD com o show de 1983 em Memphis.No início de 2005 é lançado o tão esperado álbum da volta do Priest com sua formação clássica . "Angel Of Retribution" mostra o Judas Priest de volta ao metal tradicional, com letras que citam referências a várias outras músicas e álbuns da banda. Os destaques ficam por conta de "Deal With The Devil", "Hellrider", "Judas Rising" e "Demonizer". Em setembro voltam novamente para apresentações no Brasil, agora em companhia do Whitesnake. Ao final da turnê mundial, lançam outro DVD gravado no Japão , "Rising In The East".Em 2008, o Judas Priest lançou "Nostradamus", álbum conceitual sobre o famoso profeta da idade média. Esse disco criou uma certa controvérsia entre os fãs por ser longo e "arrastado" demais devido aos diversos interlúdios e passagens orquestradas.Ao vivo, porém, suas músicas se saíram muito bem.

FONTE: FIREBALL

GRATO PELO EXCELENTE TRABALHO