STRYKE - Virtual Metal Magazine

RADIO A FERRO E FOGO

quarta-feira, 25 de março de 2009

JOE BARBARA - UM FAROL NO MUNDO DOS BLOGS





ATITUDE FANZINE RECEBE JOE BARBARA, GÊNIO DOS BLOGS, CRÍTICO E DONO DE UM DOM ESPECIAL. VIAJE NESSE PAPO CONTRACULTURAL
1. Em primeiro lugar gostaria de dizer que o nome do Blog UM FAROL é um dos mais criativos e me motivou a querer saber quem é o criador dessa façanha. Mas tanto precisamos saber: QUEM É O JOE BARBARA?

Hoje tenho uma esposa que amo até não mais poder e uma filha que significa tudo para mim. Ambas me dão o direito de me considerar um homem. Mas nem sempre foi assim.
Infância madura demais e maturidade infantil. Entre a sociopatia e a misantropia,
escolhi a depressão em alguns momentos e o alcoolismo em outros.
Longe do álcool o que se estabeleceu foi a confusão, RS!
É uma boa pergunta. E não estou brincando. Não tenho nenhum atributo que realmente
se sobressaia. Não sou modesto, só não me vejo como uma pessoa normal.
O Joe que anda por entre os bytes da rede ,talvez, seja meu lado mais bacana, ou no mínimo maleável. Mas ambos somos confusos, péssimos para decisões e sobre pressão perdem a atenção do foco.
Perco-me entre escolhas. Nunca fui muito bom nisso. E uma tendência chata para a discordância. Mas o pior de tudo e que sou sensível como uma criança.
Um pseudo-intelectual cheio de meias verdades e uma infinidade de perguntas. Um típico
cara cheio de paradoxos que ora diverte e outras tantas fica sem repostas.

2. Um farol nos dá idéia de direção. Como você teve essa idéia? É realmente isso que
você deseja expressar?

A idéia é exatamente essa. Mas com um porém.
Esse Farol quer saber onde está. Ele foi sempre um farol prestativo em auxiliar os que passavam por ele. Mas em seu topo, numa praia qualquer, esqueceu de perguntar aos que se utilizaram dele, quem era e onde estava.
O blog é um grito introspectivo, RS! É uma forma de me expor um pouco o que é um avanço e tanto para um cara que ouve tudo em silêncio. Do pior e do melhor, guardo muita coisa dentro de um arquivo mental que não para de aumentar. Traumas, desilusões, tristezas, sapos em geral, ficam sempre naquelas pastas como "O que eu faria diferente se...".Mas sempre me guardei em silêncio então o espaço "Um Farol" serve como um ponto de fuga
3. Curto muito a arte de seu blog. Quem é o responsável pelos desenhos postados?
Há uns cinco anos atrás, eu diria sem medo de estar errado que, uma garrafa (de vodka,
pinga ou álcool Zulu).
Hoje já posso dizer que é esse que voz fala. A repressão sempre foi a mãe da arte, e a mãe da minha arte foi minha mãe ( em alemão deve ser um trava-liguas muito legal)! A censura em minha infância foi uma constante , que hoje eu entendo e dou razão .Gibis , TV ,as folhas de cadernos desenhadas eram um luxo que não poderia ser pago somente com o esforço hercúleo de minha mãe sobre um tanque de lavar roupas.Mas ao encontrar gibis no lixo que eu chafurdava para contribuir com o precário orçamento doméstico e o fubá nosso de cada dia, sempre me encontrava em universos distantes com todos aqueles super-heróis e amava o que via. A TV só era ligada de noite devido a
conta de energia que sempre foi controla afim de evitar gastos desnecessários assim como as luzes o que tornava uma odisséia ler gibis e ou desenhar. Ai comecei uma carreira de furtos em bancas, pois a ânsia de ler um bom gibi não era compatível com o tempo que leva para alguém jogar um fora.Some isso a uma visão católica medieval e o encontro em meio ao caos de uma lixeira com as paginas de uma edição qualquer de "Chiclete Com Banana".
"Então o desenho não precisa de cores, roteiros complexos, traços perfeitos de anatomia e um sem numero de continuações?
Nasce então JOE BARBARA. O resto é... Não me lembro! RS!


4 . Pelas suas postagens você é alguém altamente politizado e consciente. Que análise você faz da política em nosso país?
Aos 14 me deparei, na biblioteca pública ( meu segundo botequim, o primeiro foi a igreja), com as páginas de "O Príncipe" de Maquiavel. A pior primeira leitura que tive pois não conseguia conceber o que exatamente ele queria com um livro como aquele. As notas de rodapé eram as impressões de Napoleão. Quando me preparava para encerrar minha opinião em "Era um manual de instruções para tiranos" e me envolvi com "O Capital" de Marx descobri que era "Como são os tirano-Manual para camponeses"
Com esses dois me vi, e vejo cercado pela política seja ela em qual forma for. No jogo de bola de gude, no casamento, orçamento domestico, no trabalho, escola, no bar, enfim acordar de manhã segue um processo político inevitável.
Todos somos corruptos vez ou outra. Todos somos honestos vez ou outra.
Como analise dos "Tempos Modernos Tupiniquins" é pra mim visível que estivemos bem politicamente, interna e externamente, mas o voto ainda não nos tornou idealizadores de nossas vontades.Tudo é jogado nas mãos de políticos. O povo ainda não sabe que é o pilar de toda estrutura. Temos a cultura bastarda da hipocrisia covarde. Não tomamos conta de que o exigir é nosso.
Votamos nas mesmas pessoas que já nos lesaram e depois culpamos a política brasileira de corrupta.Quando um assassino mata uma criança de classe média fazemos passeata sem pensar em que quando votamos em corruptos assumidos e conhecidos matamos muitos mais e com maior requinte de crueldade.
Votar sem a menor consciência é condenar idosos a filas homéricas em postos de saúdes, morrendo a mercê de uma aposentadoria medíocre frente a planos de saúde de cartel e taxas de impostos altíssimas em medicamentos de uso vitalício; crianças vivendo, e morrendo, em condições sub-humanas ,sem escola, educação, saneamento básico ou mesmo dignidade; jovens sem esperança no mercado de trabalho ( muito deles devidos aos CRIMES supra citados cometidos contra eles quando criança), se sujeitando a trabalhos mal remunerados sem o benefício da ficha em Carteira de Trabalho,etc. Alguém precisa alertar que Responsabilidade Social começa na sociedade, no povo.É mera questão de semântica, mas é sempre bom lembrar.
Nos últimos dias virou clichê reclamar da vida ou de políticos citando a "CRISE". Ouço todos os dias .Alguns anos atrás eu já teria vendido esse PC em que escrevo para poder comprar metade de minha cesta básica. Esquecem de um tempo em que se fazia fila para comprar um numero limitado de pães e leite por pessoa. Em que o frango acessível era a "carcaça". Nos 80 churrasco era um privilégio burguês.O valor do açúcar alterava nas gôndolas dos supermercados três vezes ao dia ( o valor de compra pela manhã ganhava vários centavos ao fim da tarde.
Ninguém era preso por corrupção. Não havia a moda da CPI. A TV engasgava ao falar de
política.E isso , digo ,após o regime ditatorial. Só pra ficar na era Sarney.
Reclamamos demais hoje e não fazemos nada .
Tenho minhas ressalvas ao atual estado das coisas no governo, embora apóie o Sr Presidente desde antes de poder votar, mas está em nossas mãos a maior parte do sangue derramado aos poucos ,nesse país.

5. Você postou algo sobre uma grande marcha mundial... do que se trata?

Sempre fui um utópico. E vi nessa marcha um sem numero de pessoas que param de pensar utopicamente e começaram a AGIR UTÓPICAMENTE!
Essa marcha começa na Nova Zelândia e vai até a Cordilheira dos Andes entre 2 de outubro de 2009 ( dia esse celebrado como "Dia Internacional da Não-Violência "e data de nascimento de Ghandi) e 2 de janeiro de 2010.
São 90 dias, 160.000km ( por terra),5 continentes, 90 e tantos países e 100 cidades .100 pessoas de diversas nacionalidades acompanharam o trajeto total, uma iniciativa da organização internacional " Mundo Sem Guerras", que ha 15 anos prega o pacifismo. Mas essa Marcha é aberta a todos os que com ela se identificarem e utilizando todo tipo de atividade virtual e ou ativa . Durante esse trajeto haverá simpósios, fóruns, festivais artisticos-sociais-culturais e o que mais a imaginação permitir.
É uma forma mais consistente de reclamar. È o se por a mostra. Mostrar da forma mais ampla possível a violência e suas múltiplas formas e meios lógicos e urgentes de evitá- las, seja ela domestica, religiosa, racial enfim, da criança maltratada pelos pais aos pais aleijados por minas terrestres. Acessem http://marchamundial.org/ e tirem suas próprias conclusões.

6. Curti muito o poema espiando o coelho pela fechadura... cheguei até a reproduzi-lo no ATITUDE OPINIÃO... me fale de onde vem a energia para fazer escritos tão lúcidos?

RS! è a primeira pessoa em anos que me considera lúcido! A última foi... Esquece!
Foi um lampejo. Nunca sei exatamente quem ou o que é estopim de meus escritos. Gosto da confusão em minha cabeça quando penso em escrever. O que aliás não é bem o que acontece pois quando quero escrever não sai mais do que meia sílaba. è mais uma sensação estranha , um braimstorm .Compulsão seria o termo mais aproximado.
A partir dessa vontade começo a repetir o que dita a cabeça. Não sou um leitor de poesia nem sou um fã fervoroso dessa arte. Mas como nos textos que seguem os desenhos , penso eu ser um telepata de minhas magens.Um tradutor que repete as palavras pensadas pelo que desenho. Uma espécie de "O que esse personagem estaria pensando?"
Não sei ao certo.O que aliás é de praxe pra mim. Nunca sei muito coisa ao certo.












7. Afinal, o que é o MEU NEMESIS?
Joe é como meu espírito de vingança.
Como já disse sou um cara que guarda tudo pra si. Vejo como covardia, pois acho Deveria vomitar de volta todos os desaforos a muito degustado. Mas por vezes vejo que fogo contra fogo não responde tão bem assim a todos os meus questionamentos.
Acho que é ai que entra o Joe. Ele assume a responsabilidade de liberar angustias ,ou ao menos o cartunismo tem feito isso por mim desde minha infância. É quase como xingar um estranho por telefone.Todo mundo tem coragem !(RS ! putz! Nota Mental: adorei essa!)
Não sou um cara legal que tem sempre algo bacana em mente, mas o Joe não divide minha indecisão. Mesmo que ele não tenha uma opinião formada a respeito de algo ele a emite pelo prazer em ver no que dá!RS!
Mas temos muito em comum, principalmente nossa aversão para mudanças. Detestamos guinadas bruscas.Mudanças ,digo, coisas rotineiras .Não falo em mudanças como o mundo atual, o efeito estufa ou afins, mas coisas dentro de meu cotidiano.Tal como tentar trocar 3 lp´s e oito k7 por um exemplar em vinil de "...and Justice For All!" e três dias mais tarde ouvir "Enter Sandman" numa FM local.Isso foi o fim da picada.
Penso ter resolvido 50% de minha esquizofrenia com essa personagem (30 % com o Hospital Psiquiátrico Francisca Julia e os 20% restantes ...,bem esses ainda resistem).

8. E som, qual é o tipo de som que rola nas caixas do JOE BARBARA?


Do Blues ao GrindCore (Howlin´Wolf---Killing Floor nesse exato momento) quase tudo.
Sou mais um "maior fã numero1" de AC/DC. Apaixonei-me no ano passado por Hirax, mas gosto de bastante de tudo. Tchaikovsky e Raul Seixas. Camisa de Venus e Charlie Parker. Queen e 365. Blondie e Slayer. Ramones e Taurus.
Meu alto falante responde ao meu estado mental-espiritual no momento (não falei, começam os acordes de "Me Myself and i" de Billie Holiday,RS!)
Acho que sou a unica pessoa que ainda ouve Aphrodite's Child e Pholhas RS!RS!RS!

9. Você cita a influência de Lennon e Zappa sobre seu trabalho. Como você avalia a obra desses dois monstros da contracultura?


Juntamente com "Chiclete Com Banana" e "Os Irmãos Cara de Pau" moldaram o Hyde que existe em mim.
A consciência e flexibilidade da arte desses dois gênios (lugar comum! RS!) me fizeram entender um sem numero de fatos sobre sentimento e como o expor e outro sem numero de fatos ficaram tão embaralhados que a tarefa de colocá-los em ordem tornasse uma oportunidade unica de conhecimento. Zappa e sua profusão sonora geravam novas sinapses mentais pois contrastava com o milimétrico, o certinho ,ou qualquer coisa que eu ouvia até então. Lennon por seu lado colocava em ordem (?) o caos gerado por Zappa ( que por vezes , no meu ouvido pueril, soava cacofônico).Com sua poesia e idéias amalgamadas em sons que era puro rock´n´roll desmaquiado ( tirando "Imagine" que cansava os tímpanos como a única coisa que conheciam dele em FM´s por aqui).Fiz meu próprio k7 com John e Yoko, excluindo as de Yoko ( me desculpem mas já vi suínos nascerem emitindo um som mais harmônicos que aquela guria!) e intercalando "We're Only in It For the Money "de Zappa.
Mas para o Joe foi uma intenção estética. Sempre fui magro como os dois e dono de um nariz pomposo.E gostaria de incrementá-lo com o bigodinho sutil e cafajeste de Zappa, mas não gostaria de me ver no espelho e não ver o "Joe",RS!
Ficou então a aparência minha e de Lennon e a inconformidade com quase tudo de Zappa!





10. Por falar em contracultura, você vê vestígios dessa produção ou está tudo
assimilado pela mídia?
Quando a mídia toca em algo, esse vira moda. Mas sempre achei pitoresco o paradoxo da contracultura e mídia.São como peças que se encaixam mas juraram aos ventos que nunca o fariam. A mídia sem a contracultura não se sustentaria por si só e a contracultura não o seria sem a mídia! Adoro isso! Sem Silvio Santos ninguém riria das letras do Ultraje a Rigor,saca? Quando elas ficam a uma distância saudável quase que hipócrita uma da outra é mera questão de sobrevivência para ambas.
Mas o que marca e me faz se partidário da contracultura é a chance de sair do marasmo midiático nosso de cada dia.
Mas o inevitável hoje é que tudo que é contra hoje fica chique mais tarde.

11. Você chegou a tocar (ou toca) em alguma banda? Rock tem idade?


Rock´n´Roll não tem idade?Não saberia dar uma resposta coesa para essa (se é que dei alguma até agora), mas não consigo ver uma limitação por ser muito novo ou aposentadoria por tempo de serviço.
Fui um musico economico e versátil. Quando alguém tinha bateria e não um baterista, lá estava eu. E quando já os tinha e havia o microfone vago , minhas cordas vocais se transformava em instrumento de tortura a transeuntes desavisado. Era sempre rock ´n´roll por tragos, lanches e sexo! Mas era inevitável que alguns integrantes pensassem e fama e fortuna e era ai que eu caia fora( ou era jogado fora!RS!).Minha ultima banda ,aqui em Caraguatatuba , a todo instante dizia querer tocar em quiosques para levantar algum, e eu queria matar alguém quando ouvia isso.Na ultima formação dela ensaiamos dois dias antes de um festival que iria ocorrer, e so dava tempo habil para desenvolver alguns Ramones e um cover de "What´s Up " que mantinha a introdução original da musica só para que as guriazinhas ,compradoras assíduas de revistas especializadas em rock só para puxar assunto e entrar na "roda", se aproximassem do palco e tomassem um banho de água fria( metafórico) ao ouvirem o que fizemos .Uma versão hardcore num vocal Rotten/Biafra muito doido numa música lenta que rolava , no mínimo, 18 vezes por hora na FM. E como não conseguimos formar uma banda até o fechamento das inscrições, só nos permitiram uma musica entre cada troca das bandas inscritas .





12. Como você avalia o trabalho realizado pela equipe ATITUDE?

O Atitude , assim como alguns blogs com os quais me deparei desde que me pluguei na rede ( pouco mais de um ano) deixaram-me com tanta inveja que resolvi montar um também!rs! Até então ficava quase que limitado a ver tão somente o que a mídia mostrava, sem poder avaliar prós e contras fora do que me era apresentado via telejornais, revistas e jornais.
Quase não consigo trocar idéias nesses blogs como o Talo da Brabera e Atitude Underground Opinião, devido ao deslocamento de queixo que ocorre a cada postagem. Em sua maioria as postagens desses dois blogs em especial, são bem completos, diretos e esclarecedores.Didáticos até, só que com opinião e humor ( quando possível e de bom gosto).
Gostaria de estar cursando Historia esse ano (para , mais tarde , levar isso para dentro de uma sala de aula e mostrar para algumas mentes juvenis deturpadas pela massificação midiática, que dá para falar sério e com bom humor sobre tudo e que desinformação é sinônimo,principalmente hoje, de desinteresse.

13. Uma pergunta que insisto até ter a resposta: DEUS SALVA E O ROCK ALIVIA?


Acredito que nos aliviamos enquanto o rock´n´roll nos salva e o Grande Arquiteto monta, como uma RoadieCrew de um cara só ( que é ao mesmo tempo três) os palcos e assiste aos grande concertos com uma sensação de dever cumprido, mas sempre mexendo em algo que poderia ficar melhor, ou pior ( que é para ficar mais teatral).
Para muitos de nos, que amamos um barulhinho pesado, sem o rock´n´roll, não teria muito para que Deus pudesse salvar!RS!


14. O que você achou da proposta de elaboração do HEAVY METAL ASILO?

O nome é uma porrada! ! !Mas esse tipo de evento é uma mostra de capacidade tanto dos realizadores como das bandas. Temos uma cena, sim!Não podemos negá-la, deixá-la e muito menos esquecê-la.
bebedouro agora.o mundo ,se ele agüentar, depois!
São ações como essa que fazem do rock´n´roll talvez o mais honesto e fiel movimento artístico desde seus primeiros acordes, sejam eles feitos por Robert Johnson , Chuck Berry ou Elvis.
A mídia cria os meteoros sazonais. O underground, lendas!

15. Hoje você indicaria alguma banda criada nesse milênio como um futuro clássico dos
movimentos alternativos?

Não é pragmatismo. Mas sou meio um judeu na cena alternativa atual. O messias ainda não chegou. Esta tudo muito do mesmo. Até bandas legais. Mas quase tudo amalgamado numa imensa massa de sons parecidos, que para um desavisado como eu , é tudo a mesma coisa. Até o momento, fico com meus heróis e suas overdoses. RS!
Mas uma novidade (?) que eu gostaria de ouvir debates a respeito e que é uma ótima opção de influência em qualquer época , creio eu , é o Morphine. Não é desse milênio , mas é muuito boa.

16. Você acredita em ATITUDE UNDERGROUND? É possível viver longe das garras do consumismo? Como você avalia nesse sentido o trabalho dos blogs que liberam downloads: CULTURA LIVRE OU PIRATARIA?

Acredito em Atitude Underground?Acredito que temos que escolher um lado até por que o underground é igual a mídia comum ,só que seu publico alvo fica bem mais a vontade para escolher entre o que escolher.A mídia massifica. O Underground distribui.
Agora, sobre o advento do download, meu amigo, imagine um cara: sem qualificação para o mercado de trabalho ( principalmente em minha cidade), assalariado sem ficha em carteira, casado, com filha em idade escolar, com as contas básicas como água-luz- telefone,algum carnê em atraso de um aparelho eletrodoméstico que já precisa de conserto , desviar entre 20 até 45 em média do orçamento doméstico em um CD.Some a esse cara uma cidade em que os CD´s mais vendidos são evangélicos, axé, reagge e afins. Apoio os blogs que viabilizam downloads, até por que meu último original é o "Stiff Upper lip" do AC/DC, e ainda foi presente de minha esposa ( por isso eu a amo tanto! Presentão!). No final de um CD alguns artistas ficam supervalorizados e até mesmo albuns antigos ficam com preços exorbitantes. Eu fiquei besta com a atitude do Metallica, que fez seu alicerce muito bem estruturado com as cópias em k7 distribuídas e copiadas a granel, transformando-se num dos monstros do metal, em apelar judicialmente contra a Napster. E depois disso tudo o paradoxal sou eu!RS!



17. Agradecemos a sua disponibilidade e deixamos esse espaço final para um discurso livre contra essa sociedade manipuladora.


Sociedade Manipuladora de todo o mundo, Uni-vos!
Porque, com blogs como esse andando livre e aberto a todo tipo e sorte de desconhecidos que, entre suas mentiras , meias verdades e ou verdades maquiadas, aqui pousam, a morte de vocês será mais rápida e indolor se estiverem juntos.
Vamos votar aos 16 até o fim. Vamos ouvir o que quisermos até fim (e depois trocaremos o cd e ouviremos esse outro até o fim também) até que comecemos a montar nossas bandas e passarmos nossas idéias também.Vamos assistir filmes e ter a audácia de
começar nossos curtas ,médias e longas, inclusive animações, e estaremos usando seus
Oscares como peso para papel. Vamos continuar com downloads, até porque a conta das toalhas brancas dos artistas não é problema nosso. E tenho mais: a "Gisele sobrenome impronunciável" não é bonita!!! E quando o sonho de Gurgel retornar por outras mãos e nomes, vamos ter a decência de deixá-lo na garagem em fins de semana e voltar a caminhar de chinelos curtindo a natureza. Teremos "Eles Não Usam Black Tié" em aulas de português desde a 3 série e em peças de teatro com preços acessíveis aqueles para quem a peça foi escrita .
E para aqueles de nós que ainda são "aqueles" e não "nós", mesmo que nós não sejamos maioria esmagadora, nem classe dominante e nem mesmo melhores que ninguém ( esse um realmente desfavorecido), leiam, julguem a si mesmo, errem, amem , deixem, peguem,reduzam-reutilizem-reciclem, façam o que quiserem, sempre respeitando o que querem ao seu lado, mas pelo- amor- de -Deus, não parem de pensar.Nem de questionar.
Todo mundo tem respostas para um sem numero de coisas, mas perguntar é um dom. Um direito.
Exerça o seu.
Questione a si.
Questione o mundo.
E, quando alguém lhe disser uma verdade aceite. É um ato de caridade para com o alguém.

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