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RADIO A FERRO E FOGO

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

B.B. KING


Riley King começou a carreira no final da década de 40 e hoje é reconhecido como referência do gênero para músicos de vários estilos, o que lhe rendeu o merecido título de Embaixador do Blues. Com seu jeito seco e bem-humorado, B.B. King fala de blues, artistas brasileiros, mulheres bonitas e ainda avisa que não pensa em se aposentar.


Raça Brasil - Como é voltar ao Brasil?


B.B. King - Gosto muito do país, da comida e das pessoas, principalmente das brasileiras, que são muito bonitas.


Raça - O que mudou, para o senhor, no blues da década de 40 até hoje?


B.B. King - Hoje tem uma grande participação dos jovens. Sempre achei que os jovens guitarristas deveriam estudar mais música e largar um pouco o computador.


Raça - Conhece música brasileira?


B.B. - Já escutei várias músicas de artistas que ainda não tive a oportunidade de conhecer e achei muito interessante. Gostaria de aprender com eles porque sempre estamos assimilando algo novo. Afinal, um músico sempre rouba uma inspiração aqui e ali. Eu costumo dizer que não roubo, somente tomo emprestado.


Raça - Teme pela longevidade do blues?


B.B. - Não acho que o blues seja somente eu e o Buddy Guy, como costumam dizer. Tem muita gente bacana, como Robert Cray, Johnny Lane e outros talentos que eu não teria tempo de citar.


Raça - Qual o segredo do seu sucesso?


B.B. - Ter muita disposição e amar o que faz. Mas também existe o lado do ótimo empresário, de uma boa banda e vários amigos pelos lugares onde vou tocar. Me lembro também de uma entrevista do John Lennon para um jornal, em que perguntavam a ele o que gostaria de fazer no futuro. O beatle respondeu: “tocar guitarra igual ao B.B. King”. Fiquei emocionado. Depois desse dia percebi que sempre temos de oferecer o máximo. Por isso, eu nunca piso no palco sem dar o melhor que eu tenho.


Raça - Na sua opinião, blues e rock possuem alguma ligação?


B.B. - É difícil saber quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. No caso do blues e do rock é a mesma coisa. Acho que ambos têm as mesmas influências e por isso caminham juntos. Mas não é só no rock que vejo o blues. Também sinto a presença dele no country e até no hip hop. Fico feliz de participar da sociedade do rock’n’roll.


Raça - O senhor fará 80 anos. Pensa em comemoração ou na aposentadoria?


B.B - Definitivamente não faz meu estilo largar a música e ir pescar. Quero trabalhar até onde minha saúde permitir. Tenho planos de fazer um especial de televisão com amigos e abrir um museu de 10 milhões de dólares em meu nome na minha cidade natal, Indianola, Mississipi. Talvez após os 100 anos poderia diminuir o ritmo e só ficar admirando as mulheres bonitas...

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