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RADIO A FERRO E FOGO

domingo, 29 de maio de 2011

SEM COMENTÁRIOS.. E VIVA O MEC!!!

Bom inissio de cemana para voçe

Livros pra inguinorantes, por Carlos Eduardo Novaes

Jornal do Brasil
Carlos Eduardo Novaes
 
Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu 485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros comprados pelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues!
A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.
A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está fora da lei - como se diz? - magna.
Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer?  Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática. Até segunda ordem a Gramática é que é a dona da verdade e o Minestério que é da Educassão deve ser o primeiro a respeitar.  
 
__._,_.__

2 comentários:

  1. Saudações, Paulão e Equipe Atitude.
    Temazinho deveras espinhoso esse, mas vamos lá - afinal, quem não morre não vê Deus!

    Mesmo longe de sem ser um estudioso sempre me interessei mais pela(s) linguagem(ns) do que pela(s) língua(s). Talvez pelo ofício (trabalho com comunicação), não sei, mas sempre prestei mais atenção às formas do que propriamente aos efeitos que, via de regra, são previsíveis e até pré-estabelecidos pelo emissor.

    Tempos atrás conheci o mineiro, escritor, linguísta e professor da Universidade de Brasília, Marcos Bagno, com a mesma desconfiança de todos os que se aproximam dele pela primeira vez. Afinal, um erudito que ergue-se exatamente sobre a crítica do ensino da língua portuguesa nos moldes tradicionais, ateando sociologia e antropologia à fogueira das vaidades da Última flor do Lácio, ou era um insano, ou só podia ser um revolucionário. Sua coluna na revista Caros Amigos, no entanto, já dava pistas do que se tratava.

    Eis que chegou-me às mãos a "Dramática da língua portuguesa" (2000) ("tese sobre as discrepâncias entre a língua realmente utilizada pelos brasileiros e a norma-padrão conservadora, veiculada pelas gramáticas tradicionais, pelos livros didáticos e pela mídia, que se baseiam em doutrinas ultrapassadas e não refletem a realidade da língua viva" - aspas do próprio autor).

    Foi então que percebi a militância de Bagno em favor do reconhecimento da riqueza e do valor das múltiplas variedades linguísticas que compõem o universo da língua portuguesa do Brasil e contra toda forma de exclusão social pela linguagem. Seu trabalho, no entanto, não é sequer citados como contraponto ao discurso usual de gramáticos tradicionais e/ou televisivos.

    Sua bibliografia é extensa e contempla ficções também mas sem dúvida, a "Dramática" de Bagno, foi um divisor de águas para mim e me fez enxergar coisas que antes eu não via - ou via através dos óculos míopes da gramática erudita.

    Não li e portanto sinto-me impossibilitado de julgar tal livro adotado pelo MEC.

    Mesmo se tivesse lido ainda precisaria saber em que contexto ele seria oferecido aos alunos: se sob a ótica ortodoxa e ideologizada da velha gramática dissociada da realidade ou se voltado para a variação linguística, caráter de qualquer língua viva falada no mundo.

    Mas, para mim, duas coisas são certas:

    01. é dever da escola apresentar essas e outras variações aos alunos de modo que eles – se julgarem pertinente, adequado e necessário – possam usá-las. Não existem só direita e esquerda, não existem só homem e a mulher, não existem só brancos e negros, não existem só bandidos e mocinhos, não existem só certos e errados. A isso chamamos PLURALIDADE - acostumem-se ou sejam dragados pelos novos tempos.

    02. não aceito o discurso enviezado que, dentre outras pérolas, aponta "Vai ver que quis livrar a cara do Lula", como se a questão fosse de caráter pessoal. MATURIDADE é o mínimo que se espera de formadores de opinião. Ainda mais quando o assunto é tão relevante quanto a educação.

    No mais, parabenizo - como sempre - mais essa iniciativa de incitar a razão argumentativa e o debate num universo tão propenso às banais futilidades como vêm se desenhando a Internet.
    Deixo, ainda, como prova de gratidão, as seguintes sugestões:
    - Entrevista com o professor Ataliba Castilho sobre o livro "Por uma Vida Melhor" (TV Unesp)
    Ataliba Castilho é pesquisador e professor aposentado da USP e da Unicamp;
    e as sugestões de leitura compartilhada por Marcos Bagno em sua página pessoal - http://marcosbagno.com.br/site/uploads/sugestoes-leitura.doc

    Vida longa à Inteligência!

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  2. Saudações, Paulão e Equipe Atitude.
    Temazinho deveras espinhoso esse, mas vamos lá - afinal, quem não morre não vê Deus!

    Mesmo longe de sem ser um estudioso sempre me interessei mais pela(s) linguagem(ns) do que pela(s) língua(s). Talvez pelo ofício (trabalho com comunicação), não sei, mas sempre prestei mais atenção às formas do que propriamente aos efeitos que, via de regra, são previsíveis e até pré-estabelecidos pelo emissor.

    Tempos atrás conheci o mineiro, escritor, linguísta e professor da Universidade de Brasília, Marcos Bagno, com a mesma desconfiança de todos os que se aproximam dele pela primeira vez. Afinal, um erudito que ergue-se exatamente sobre a crítica do ensino da língua portuguesa nos moldes tradicionais, ateando sociologia e antropologia à fogueira das vaidades da Última flor do Lácio, ou era um insano, ou só podia ser um revolucionário. Sua coluna na revista Caros Amigos, no entanto, já dava pistas do que se tratava.

    Eis que chegou-me às mãos a "Dramática da língua portuguesa" (2000) ("tese sobre as discrepâncias entre a língua realmente utilizada pelos brasileiros e a norma-padrão conservadora, veiculada pelas gramáticas tradicionais, pelos livros didáticos e pela mídia, que se baseiam em doutrinas ultrapassadas e não refletem a realidade da língua viva" - aspas do próprio autor).

    Foi então que percebi a militância de Bagno em favor do reconhecimento da riqueza e do valor das múltiplas variedades linguísticas que compõem o universo da língua portuguesa do Brasil e contra toda forma de exclusão social pela linguagem. Seu trabalho, no entanto, não é sequer citados como contraponto ao discurso usual de gramáticos tradicionais e/ou televisivos.

    Sua bibliografia é extensa e contempla ficções também mas sem dúvida, a "Dramática" de Bagno, foi um divisor de águas para mim e me fez enxergar coisas que antes eu não via - ou via através dos óculos míopes da gramática erudita.

    Não li e portanto sinto-me impossibilitado de julgar tal livro adotado pelo MEC.

    Mesmo se tivesse lido ainda precisaria saber em que contexto ele seria oferecido aos alunos: se sob a ótica ortodoxa e ideologizada da velha gramática dissociada da realidade ou se voltado para a variação linguística, caráter de qualquer língua viva falada no mundo.

    Mas, para mim, duas coisas são certas:

    01. é dever da escola apresentar essas e outras variações aos alunos de modo que eles – se julgarem pertinente, adequado e necessário – possam usá-las. Não existem só direita e esquerda, não existem só homem e a mulher, não existem só brancos e negros, não existem só bandidos e mocinhos, não existem só certos e errados. A isso chamamos PLURALIDADE - acostumem-se ou sejam dragados pelos novos tempos.

    02. não aceito o discurso enviezado que, dentre outras pérolas, aponta "Vai ver que quis livrar a cara do Lula", como se a questão fosse de caráter pessoal. MATURIDADE é o mínimo que se espera de formadores de opinião. Ainda mais quando o assunto é tão relevante quanto a educação.

    No mais, parabenizo - como sempre - mais essa iniciativa de incitar a razão argumentativa e o debate num universo tão propenso às banais futilidades como vêm se desenhando a Internet.
    Deixo, ainda, como prova de gratidão, as seguintes sugestões:
    - Entrevista com o professor Ataliba Castilho sobre o livro "Por uma Vida Melhor" (TV Unesp)

    http://www.youtube.com/watch?v=DROHTF4iaiQ

    Ataliba Castilho é pesquisador e professor aposentado da USP e da Unicamp;

    - e as sugestões de leitura compartilhada por Marcos Bagno em sua página pessoal - http://marcosbagno.com.br/site/uploads/sugestoes-leitura.doc

    Vida longa à Inteligência!

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