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segunda-feira, 21 de março de 2011

OBRIGADO HELLRAISER

Hilda Hilst - O caderno rosa de Lori Lamby (1990)

Hilda Hilst.
Tamanho: 1.55MB.
 Idioma: português.

Saudações, mortais desse Estranho Mundo.
Filha de Apolônio de Almeida Prado Hilst, um jornalista, poeta, ensaísta e fazendeiro, e de Bedecilda Vaz Cardoso, Hilda de Almeida Prado Hilst nasceu em Jaú, interior de São Paulo, em abril de 1930. Após a separação dos pais, em 32, Hilda foi viver em Santos com a mãe e seu meio-irmão Ruy Vaz Cardoso. Aluna do Colégio Santa Marcelina e do Instituto Presbiteriano Mackenzie Hilda sempre teve um desempenho brilhante no estudos. Publicou seu primeiro livro em 1950 e formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 52. Em 66 mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas, onde viveu com o escultor Dante Casarini e hospedou diversos escritores e artistas por vários anos. Durante os 50 anos de literatura Hilda ganhou os principais prêmios literários brasileiros com seus poemas, ficções e peças teatrais sobre temas pouco usuais como o lesbianismo, a homossexualidade e a pedofilia - sempre buscando retratar a difícil relação entre Deus e o homem.
"O Caderno rosa de Lori Lamby" não é um livro fácil. Muitos se espantam e se sentem ofendidos ao se depararem com os relatos da pequena menina de oito anos sobre sua vida de sexo e dinheiro. Mas o livro não é sobre prostituição infantil, ao contrário do que podem crer os mais afoitos. A prostituição de Lori é um elemento de absurdo, que sempre serve, como nos quadros surrealistas, para retirar os símbolos do lugar onde os colocamos por mero conservadorismo e comodismo. A obra mexe com a mente, com nossos sentimentos de ódio contra os exploradores sexuais, com nossa visão de criança, com nossa visão de sexo, com nossa visão de nós mesmos, e propõe, para tudo isso, novos significados, novas reflexões. O pai da personagem Lori é um escritor como o de Hilda. Lori Lamby, como seu pai e como Hilda Hilst, é também uma escritora, não prostituta. É, de fato, o ângulo pelo qual Hilst quis fotografar o problema da literatura em relação à falsa separação entre corpo e alma e à verdadeira dicotomia entre o respeito ao nosso corpo/alma e a banalidade, a barbárie, a “bandalheira”. É a elevação do homem de animal vazio para animal espiritual, deglutindo o mundo e cuspindo-o sem sistemas, sem pudores, partindo contra o mundo estabelecido a partir dele mesmo, do seu corpo, até chegar à alma.
Minha sincera homenagem (tardia) ao Dia Internacional das Mulheres.
Mais informações aqui.
"Almas atormentadas, tremei!"

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