STRYKE - Virtual Metal Magazine

RADIO A FERRO E FOGO

domingo, 15 de março de 2009

BARTOL - O HOMEM DA PUTREFAÇÃO


HOJE O ATITUDE FANZINE RECEBE UM VELHO AMIGO DE SOM E BALADAS: ANDRÉ BARTOL, O HOMEM DO DEATH METAL EM BEBEDOURO. ELE NOS CONTA SOBRE SEUS PRIMEIROS CONTATOS COM O METAL E A CENA UNDERGROUND DE BEBEDOURO.
1. BARTOL, COMO VOCÊ COMEÇOU A CURTIR METAL?
R: eu tinha entre 11 e 12 anos, quando conheci o Homero e o Ander na escola. Eu tinha um primo que havia me apresentado alguns sons, o mesmo acontecendo com o Homero e o Ander através de seu irmão. O que nos tornaram amigos foi exatamente a afinidade pelo mesmo gosto musical, o metal

2. COMO ERA A CENA METAL EM BEBEDOURO QUANDO VOCÊ COMEÇOU A CURTIR? CONHECEU O PESSOAL DOS ANOS 80?
R: Quando eu comecei a curtir já havia uma galera que ouvia som, já existia e já tinham existido várias bandas de metal. Nessa época a galera que curtia era mais unida, me lembro de um barzinho que nós freqüentávamos que rolava banda todo final de semana, que era a Divina Comédia, foi lá que eu comecei a ter os primeiros contatos com as bandas da cidade. Conheci na época o pessoal das antigas que havia tocado no Sons Of War, Crucial, além das bandas que tocavam naquela época como Lead Crusher, Deficit Infrene, Nairóbe Affair, alem dos caras do Endless Hate de Barretos que sempre colavam por aqui

3. COMO ERA CURTIR METAL NUM UNIVERSO ESCOLAR ONDE APENAS MEIA DÚZIA GOSTAVA DESSE TIPO DE SOM? SOFREU ALGUMA DISCRIMINAÇÃO?
R: Na verdade as pessoas sempre vêem com maus olhos aqueles que têm uma aparência, idéia diferente da maioria, principalmente quando você é cabeludo, possuí tatuagens, usa camisetas de banda e ouve um som agressivo, mas a maioria dos nossos amigos estudava na mesma escola, inclusive o professor que dava aula para nós também curtia metal, ajudava organizar festivais, sempre nos emprestava seus discos, e tocávamos algumas vezes até juntos (Mr. Paulão) então sempre estávamos trocando idéia sobre som, discos, e chegamos até a tocar na escola com bandas de amigos. Nesta época nos divertíamos muito.

4. O PUTREFAÇÃO DEIXOU MARCAS NO CENÁRIO DEATH DA REGIÃO. CONTE-NOS COMO SURGIU A BANDA, QUAIS ERAM SUAS INFLUÊNCIAS E QUAL FOI O SHOW QUE MAIS MARCOU A HISTÓRIA DA BANDA.
R: o Putrefação surgiu em 1997, depois de mim e o Ander ter passado por outras bandas. O Homero já havia tocado conosco no passado, resolvemos chamá-lo para montar um novo projeto. Formamos a banda um mês antes de um festival que rolou no Patrocínio aí em Bebedouro,quando tocou o C-56 de Sta. Barbara, o Dick Mutley entre outras. O show foi num domingo à tarde e chapamos o coco, então o Homero teve que tocar sentado, pois não conseguia parar em pé. Tínhamos muitas influencias na época como trash oitentista, death, black e splatter. Teve vários shows que foram legais, mas um que me lembro que foi bem inusitado foi na cidade de Santa Bárbara do Oeste no bar do Rubinho. O lugar foi muito louco, fretamos um ônibus com mais três bandas e mais a galera que foi conosco, e no fim da apresentação do Putrefação que foi a última banda, um certo professor que estava bebaço subiu no palco, pegou a guitarra e tocamos de improviso várias músicas do Sons Of War. Foi bem louco.

5. EM 1997, APÓS A MORTE DO AMAURI, NÓS REALIZAMOS UM PROJETO PARA FAZER UM ÚNICO SHOW NA ASSOCIAÇÃO, QUE RECORDAÇÕES VOCÊ TEM DAQUELE DIA?
R: cara aquele dia foi um dos melhores festivais que fizemos aí em Bebedouro. Lembro-me que a gente só fez um ensaio, tocamos somente músicas do Sons Of War em homenagem ao Amauri. No dia do show a gente veio varado do esquema, que também estavam os caras do N.Y. Against Belzebu, eu estava tão bêbado que eu pensei que nem me lembraria das músicas. Quando subimos no palco e você disse pra galera que não iríamos fazer um minuto de silencio, mas sim um minuto de barulho e começamos a tocar, a galera começou a agitar sem parar. Tenho o vídeo deste show, foi uma apresentação bem louca.

6. VOCÊ ERA UM FREQUENTADOR ASSÍDUO DA CASA DO TAL ROCK´N´ROLL. COMO VOCÊ AVALIA AQUELE MOMENTO DA CENA UNDERGROUND EM BEBEDOURO?
R: foi uma época que infelizmente não voltará. Tínhamos um lugar pra encontrar nossos amigos, comprar CDs, ver vídeos, beber, trocar idéia de som. Foi nesta época também que o movimento na cidade deu uma engrenada, devido a festivais constantes que eram realizados na cidade, excursão para shows, intercambio entre bandas da região. Após o fechamento da loja, a coisa diminuiu muito e nunca mais voltou no que era.


7. O PUTREFAÇÃO CHEGOU A GRAVAR UMA DEMO. COMO VOCÊ CLASSIFICARIA O SOM DA BANDA E NOS RECORDE AS MÚSICAS CONSTANTES NESSE DEMO QUE SE ENCONTRA DISPONÍVEL NO ATITUDE UNDERGROUND.
R: essa demo já contava com mais um guitarrista que se chamava Jonh, a partir do momento que colocamos mais um guitarrista o som da banda melhorou muito tecnicamente, principalmente em shows ao vivo. O som era um death metal rápido, cru, brutal, com influências do death do final dos anos 80 com o começo dos 90. Antes de lançarmos essa demo, tínhamos uma demo ensaio, com seis músicas, quando ainda éramos um trio. Em breve vou dispor no blog essa demo também.

8. O QUE MUDOU DA ÉPOCA QUE VOCÊ COMEÇOU A CURTIR PARA A ÉPOCA DE HOJE?R: antigamente havia mais união, mais camaradagem entre as bandas, havia também mais festivais na região. Sempre havia uma galera das cidades próximas aos shows, hoje já é difícil colocar poucas pessoas num festival da própria cidade. Além do mais, antes tudo era novidade, você precisava andar muito para encontrar alguém que tivesse um disco que você não conhecia, era mais difícil comprar material, para trocar idéias com bandas, zines e pessoas de outras cidades, era somente via carta. Hoje com a internet tudo ficou bem mais fácil




9. E O ROTTEN ASS? O QUE ME DIZ DAQUELE PROJETO NOISE?
R: Foi um lance bem louco, puro barulho, havia lugares que tocávamos as pessoas ficavam até espantadas, tentando entender o que estava acontecendo

10. HOJE VOCÊ ESTÁ EM OLÍMPIA. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE A CENA DE BEBEDOURO E DESSA CIDADE?
R: Na verdade conheço pouquíssimas pessoas que curtem metal por aqui. Bebedouro hoje eu não posso falar, pois eu não estou aí para saber como estão rolando as coisas. Por aqui faz muito tempo que não rola algum festival, mas tirando algumas exceções, a maioria das cidades da região a impressão é que as coisas estão de vagar






11. DOS SHOWS REALIZADOS EM BEBEDOURO, QUAL TER MARCOU MAIS?
O do tributo ao Amauri, o festival que só tocaram bandas de Death, o show no Valtana, praticamente todos foram legais.

12. DEIXE UMA MENSAGEM FINAL PARA NOSSOS LEITORES.
R: valeu pela oportunidade big Paulão, e vamos apoiar blogs e sites como o liberdade e atitude
UM BANGER ABRAÇO BARTOL E AGUARDO AS FOTOS PARA POSTAR NESSA ENTREVISTA OK

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