APÓS LER O TEXTO ABAIXO DE UM REPRESENTANTE DA UNESCO PENSE:
1. A EDUCAÇÃO DEVE ESTAR A SERVIÇO DO HOMEM OU DO MERCADO DE TRABALHO?
2. É POSSÍVEL PENSAR EM UMA EDUCAÇÃO QUE ATENDA A INTERESSES GLOBAIS SEM RESPEITAR AS REALIDADES LOCAIS?
3. NÚMEROS MELHORES SIGNIFICAM MELHORIAS CONCRETAS NA EDUCAÇÃO
CUIDADO: EDUCAR PARA A VIDA MUITAS VEZES SIGNIFICA EDUCAR PARA A DOMESTICAÇÃO E OS INTERESSES DAS CLASSES DOMINANTES.
A UNESCO TEM UMA MISSÃO: EDUCAR OARA O CAPITALISMO. NAS ENTRELINHAS DE SUA PROPOSTA ESTÁ CLARA A MANUTENÇÃO DE UMA SOCIEDADE DE CLASSES!!
PROFESSOR FIQUE ATENTO E EDUQUE PARA A CONSCIÊNCIA.
LEIA COM ATENÇÃO E VEJA COMO UM BELO DISCURSO PODE ENGANAR A QUEM NÃO TEM CONSCIÊNCIA.
TEXTO DE Jorge Werthein é representante da Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil.
A educação por si só não opera milagres. Ela pode, no entanto, ser um fator estratégico para mudanças socioeconômicas desejadas se estiver inserida em uma política de desenvolvimento. As mudanças sociais exigem ações concentradas e simultâneas nas diversas variáveis e nos pontos críticos dos obstáculos a serem superados. Uma das vantagens, por exemplo, dos programas de renda mínima associada à educação, tipo bolsa-escola, é o conjunto de variáveis abrangidas, tanto de natureza pedagógica quanto socioeconômica.
A sociedade da informação está mudando a natureza do trabalho e da produção; o impulso da globalização está conduzindo a um mercado global de trabalho; e a aceleração do desenvolvimento científico e tecnológico causa efeitos nos métodos e modos de produção. Tudo isso está relacionado com a educação.
Devido à acirrada competição por mercados, a durabilidade de uma inovação é reduzida, pois o tempo de vida de um produto diminui. O efeito mais visível dessa mudança é o aumento da demanda por mentes flexíveis e abertas à inovação. A cultura geral passa a ser um valor agregado indispensável, pois compreender o significado das coisas e de suas conexões é, agora, um atributo importante. Não é mais possível assegurar mercados com baixa escolarização. Uma educação básica de qualidade e uma educação permanente ao longo da vida se convertem em motores da transformação social.
Precisamos pensar uma nova educação que assegure uma formação compatível com os desafios do nosso tempo, tanto os de ordem econômica quanto os de natureza ética e moral. Assim sendo, aprender a fazer, a ser, a viver juntos e aprender a aprender, que são os pilares reestruturantes da educação neste século - propostos pelo Relatório da UNESCO -, constituem aprendizagens fundamentais.
A UNESCO tem procurado pensar a educação no quadro das transformações em curso, onde é tão importante uma educação para atender às novas exigências do mundo do trabalho quanto uma educação para satisfazer às demandas do processo irreversível de universalização da cidadania. Isso exige escolas e professores capazes de repensar e operar o novo papel da educação no mundo contemporâneo.
No Brasil, um grande progresso ocorreu nos últimos anos pois, praticamente, universalizou o ensino fundamental atingindo uma cobertura de mais de 96% da faixa etária obrigatória, de 7 a 14 anos, e promoveu significativa expansão do ensino médio e do ensino superior. Enfrenta agora um desafio ainda maior, que é o problema da qualidade.
A superação desse desafio poderá colocar o Brasil em posição privilegiada. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, é possível constatar uma progressiva inserção no mercado de trabalho, na medida em que os níveis educacionais se elevam. Essa pesquisa mostra que o nível educacional da população está fortemente associado às chances de trabalho e aos níveis de rendimento. Não será difícil concluir que a superação do analfabetismo tem um efeito duplo: fortalece a auto-estima e a cidadania do alfabetizado e aumenta a demanda por educação no núcleo familiar.
Ademais, uma política educacional para todos, fortalece o capital social e cultural de um país. A escola, para acertar o passo com o futuro, precisa estar sintonizada com as mudanças em curso. Para tanto, torna-se inadiável dotá-la de padrões mínimos de funcionamento. Estes padrões devem incluir infraestrutura didático-pedagógica e professores bem formados. É preciso não esquecer que uma educação de qualidade tem um custo elevado. Todavia, é preciso ter em vista que o custo de uma educação de qualidade converte-se em investimento pelo retorno multidimensional que ele propicia.
Devido ao quadro atual de escassez de recursos e à dificuldade de novos aportes, a política educacional precisa ser pensada, formulada e executada mediante uma aliança entre o poder público e a sociedade civil. Nesse processo, os setores produtivos podem dar uma contribuição de grande alcance. Muitas iniciativas do chamado terceiro setor que estão em curso mostram que isso é possível. O poder público, por si só, dificilmente terá condições de vencer esse desafio.
*Jorge Werthein é representante da Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil.
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